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Economia alemã regista maior quebra dos últimos dez anos
O consumo e as exportações pressionaram um recuo de 2,2% na evolução do PIB no primeiro trimestre do ano, de pouco valendo a recuperação nos gastos do Estado e no setor da construção, que é o maior empregador do país.
A economia alemã registou uma contração de 2,2% no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo período do ano anterior. É o maior recuo desde a crise financeira de 2009 e o segundo maior desde a reunificação do país em 1990.
Segundo os dados divulgados pelo departamento federal de estatísticas esta segunda-feira, 25 de maio, os investimentos de capital caíram 6,9%, o consumo privado 3,2% e as exportações 3,1% entre janeiro e março. Só as subidas na despesa pública e no setor da construção impediram uma quebra maior.
Lembrando que a má performance nos três primeiros meses do ano resulta sobretudo das primeiras duas semanas de fecho da economia em março e das perturbações da cadeia de abastecimento provocadas pelo bloqueio asiático, os economistas estimam uma "quebra profunda" no segundo trimestre.
Citado pela Reuters, Carsten Brzeski, que lidera o departamento da Zona Euro no ING, frisa que "não são precisas muitas competências de análise para avançar com esta estimativa", lembrando que "as três semanas de encerramento que se seguiram e o levantamento muito gradual de algumas medidas não são um bom augúrio" para o período entre abril e junho.
As estimativas oficiais apontam que a Alemanha deverá apresentar no final de 2021 um PIB idêntico ao registado no final de 2019. Este domingo, numa entrevista a um jornal alemão, o líder do Eurogrupo, Mário Centeno, admitiu que "nem todos os países vão conseguir combater a crise com o mesmo sucesso porque não têm a mesma capacidade de resposta", mas acredita que no final de 2022 já todos os países terão recuperado da crise.