Notícia
PCP teme acentuar de restrições e BE duvida que Centeno mude Eurogrupo. PSD salienta "aumento da responsabilidade" para Portugal
Mário Centeno falhou a eleição para a liderança do Eurogrupo à primeira volta, mas ganhou à segunda volta.
- A gaffe de Dijsselbloem que dá a vitória de Centeno como certa
- Centeno confiante, mas baixa expectativa quanto à eleição à primeira volta
- Marcelo: Portugal vai ter voz mais forte, mas exigência acrescida
- Quem são os adversários de Mário Centeno no Eurogrupo
- Portugal confiante numa segunda volta
- Centeno falha eleição à primeira volta
- 2ª votação a começar
- Centeno eleito presidente do Eurogrupo
- PS diz que eleição reconhece que "existe outro caminho dentro das regras europeias"
- Primeiro Eurogrupo liderado por Centeno será a 22 de Janeiro
- Marcelo avisa: "Não pode haver nem descuidos, nem aventuras em matéria financeira em Portugal
- Eleição de Centeno é vitória contra austeridade cega
- Ministro do Ambiente: Eleição de Centeno é "reconhecimento" da UE
- UGT: Centeno pode ser a "mudança na liderança económica da União Europeia"
- PS: Eleição de Centeno é "boa notícia para Portugal" e "excelente para a Europa"
- Centeno: "Estou ansioso por começar"
- Eleição de Mário Centeno é reconhecimento do esforço dos portugueses
- PCP adverte para eventuais tentativas do Governo de acentuar restrições
- Juncker: Centeno "possui todas as qualidades necessárias"
- PSD saúda eleição de Centeno e salienta "aumento da responsabilidade" para Portugal
- Augusto Santos Silva: Eleição de Centeno é "grande vitória" para o fórum de ministros
- CDS promete "oposição firme" e vigilância a Centeno
- CGTP considera que é a Alemanha quem manda e não o presidente do Eurogrupo
- BE duvida que Centeno mude natureza do Eurogrupo
- Durão Barroso: "Credibilidade é essencial"
- Centeno: Ser presidente do Eurogrupo "não muda nada na política interna"
- Costa diz que eleição de Centeno é produto dos resultados do Governo
O Presidente da República considerou hoje que, com Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, Portugal vai ter "uma voz mais forte" nas instituições europeias, mas também "um preço de exigência acrescida" em termos financeiros. À saída de uma visita ao Centro de Apoio Social dos Anjos, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as declarações do presidente cessante do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que deu como certo que o seu substituto no cargo será o ministro português das Finanças.
O chefe de Estado também pareceu dar como certa a eleição de Mário Centeno, e considerou que mudará a forma como o país é olhado: "Quando olham agora para Portugal olham para o país que tem o presidente do Eurogrupo. Não é exactamente a mesma coisa. Era um patinho feio, para muitos, muito feio, há dois anos, e agora, de repente, é um cisne resplandecente. Isso faz toda a diferença". "Agora, tudo tem um preço na vida. E o preço é o seguinte: é que não se brinca em serviço. A execução de 2018 e o Orçamento para 2019 têm de corresponder àquilo que é a exigência de alguém que dá o exemplo no Eurogrupo", acrescentou.
"Mário Centeno na presidência do Eurogrupo é o reconhecimento que existe uma alternativa à política de austeridade, que existe outro caminho dentro das regras europeias, e que Portugal é um caso de sucesso na implementação da política anti-austeridade". A reacção é do Partido Socialista e foi publicada na sua página oficial de Facebook. "Esta eleição fortalece a Europa porque reflecte o reconhecimento de que há caminhos diferentes", sustentam os socialistas numa primeira reacção. Para 17:15 está marcada uma declaração do porta-voz do PS, João Galamba.
O mandato de Mário Centeno tem a duração de dois anos e meio, de acordo com o comunicado que oficializou a nomeação.
O líder do grupo dos Socialistas e Democratas(S&D) no Parlamento Europeu (PE), Gianni Pittella, considerou hoje que a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo é uma vitória dos que lutaram contra a cegueira da austeridade. "Esta é uma vitória pelo futuro da Europa e por todos os que lutámos para nos livrarmos da cegueira da austeridade", disse Pitella, em comunicado.
Centeno "conseguiu aplicar uma política económica credível em Portugal, recuperando as finanças públicas e retomando o caminho do crescimento", salientou o líder social-democrata. "Estamos finalmente a ultrapassar a era da austeridade cega e estúpida", afirmou ainda. Mário Centeno apresentou-se à eleição como o candidato oficial do Partido Socialista Europeu, do qual o S&D é o 'braço' parlamentar.
O ministro do Ambiente afirmou hoje que a eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo é o "reconhecimento da União Europeia" de que "era possível fazer diferente" e "uma vitória" do actual Governo. "Esta vitória é o reconhecimento por toda a União Europeia, nomeadamente a zona euro, de que era mesmo possível fazer diferente, devolver rendimentos às pessoas, pôr a Economia a crescer, mantendo, melhorando aquela que é a qualidade das próprias Finanças Públicas", considerou João Pedro Matos Fernandes, em Braga, à margem do seminário "Os novos desafios da legislação e acção ambiental".
"Esta é também, e perdoem-me a vaidade, uma vitória de todo um Governo que foi mesmo capaz de olhar para o país de forma completamente diferente, não só do anterior Governo mas daquilo que a própria Europa parecia recomendar", salientou o titular da pasta do Ambiente, citado pela Lusa.
A UGT congratulou-se com a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo, considerando que "poderá ser uma mudança na liderança económica da União Europeia".
"Esta eleição reveste-se, sem dúvida, de um carácter de grande prestígio para Portugal, prestigio esse que advém também da forma como o Ministro das Finanças português conduziu o processo de execução orçamental e consolidação das finanças públicas no nosso País", refere uma nota da UGT, acrescentando "que este resultado coloca Portugal numa posição determinante e mais activa para a construção de consensos entre os estados-membros no sentido de uma convergência económica e social e de uma política de crescimento e criação de emprego. Simultaneamente, dá ao Executivo português uma maior responsabilidade na condução da disciplina orçamental".
"É uma boa notícia para Portugal e uma excelente notícia para a Europa porque Mário Centeno é um ministro das Finanças que não cortou salários nem pensões e conseguiu mostrar que era possível uma alternativa política, cumprindo as metas orçamentais", disse João Galamba, em declarações nos passos perdidos do parlamento.
Para o deputado socialista, "não é o Eurogrupo que vem para Portugal, é Portugal que vai para o Eurogrupo, com as políticas seguidas por Mário Centeno nos últimos dois anos".
Galamba tinha sido questionado sobre eventuais dificuldades vindas de Bruxelas para com os partidos com os quais o PS tem acordos, como o BE, PCP ou "Os Verdes".
"É Portugal que vai para o Eurogrupo com as políticas do Governo português que, no início, diriam que era inviável, com políticas insustentáveis, que iriam destruir as finanças públicas, a confiança na economia e o mercado de trabalho", vincou.
O presidente do Tribunal de Contas considerou hoje que a eleição do ministro das Finanças português para liderar o Eurogrupo é também o "reconhecimento do esforço" dos portugueses para que a situação económica do país seja actualmente diferente.
"Penso que é, em primeiro lugar, uma vitória pela qual temos que congratular o senhor professor Mário Centeno e Portugal no seu conjunto, porque foi o reconhecimento também pelos seus pares, ministros das Finanças no Eurogrupo, da sua capacidade, da sua competência", afirmou aos jornalistas Vítor Caldeira, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores.
Vítor Caldeira considerou, por outro lado, que "para o país é o reconhecimento, também, do trabalho e do esforço dos portugueses, feito ao longo destes anos para que a situação" hoje do país e da economia nacional "seja diferente".
"Naturalmente que é uma responsabilidade e isso, melhor que ninguém, o professor Mário Centeno saberá", adiantou Vítor Caldeira, que foi presidente do Tribunal de Contas Europeu (TCE) entre 16 de Janeiro de 2008 e 30 de Setembro de 2016.
O PCP considerou hoje que a eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo nada traz de positivo para Portugal e advertiu que combaterá eventuais tentativas do Governo de acentuar restrições ao investimento público.
"O PCP alerta para o uso que o Governo do PS, no quadro das suas opções e em sintonia com as do PSD e do CDS, venha a fazer desta decisão para acentuar a recusa ou limitações às medidas necessárias ao desenvolvimento do país", afirmou o eurodeputado comunista João Ferreira.
Numa declaração lida na sede do PCP, em Lisboa, João Ferreira advertiu que "o PCP combaterá" eventuais tentativas do Governo ou do PS para, usando como pretexto a eleição do ministro português das Finanças para a presidência do Eurogrupo, recusar dar resposta "ao problema do insuficiente investimento público, da melhoria dos serviços públicos, do combate à injustiça fiscal e do aumento dos salários".
Questionado pelos jornalistas sobre se a eleição de Mário Centeno acarretará dificuldades no relacionamento entre o Governo e o PCP, que subscreveu uma posição conjunta para a viabilização do Executivo minoritário do PS, João Ferreira respondeu que a medida de avaliação da actual solução política "será sempre em que medida estão ou não a ser recuperados os direitos e em que medida se está ou não a responder a problemas candentes do país".
Considerando que "não há propriamente nada de novo" no que toca às posições do PS face às imposições económicas e monetárias da zona euro, João Ferreira admitiu que a designação "pode implicar essa tentativa de densificar e tornar mais férreo esse conjunto de imposições e limitações".
Para o PCP, a eleição de Mário Centeno "encerra em si uma contradição entre o caminho aberto pela atual fase da vida política nacional, com os seus inegáveis reflexos positivos, e os compromissos associados ao cargo". "Se isso acontecer, será algo que o PCP combaterá", disse. João Ferreira advertiu que "só uma ilusão desligada da realidade institucional da União Europeia (..) é que pode ver na designação do ministro das Finanças português uma qualquer alteração das políticas e opções da União Europeia". A eleição "não representa uma decisão positiva para a defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo português", disse.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, felicitou Mário Centeno pela sua eleição de hoje como presidente do Eurogrupo, afirmando-se convicto de que o ministro português "possui todas as qualidades necessárias para assumir tão importante responsabilidade".
Pouco após Centeno ter sido hoje eleito o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro -- sucedendo ao próprio Juncker (2005 a 2013) e ao holandês Jeroen Dijsselbloem (2013 até ao presente) -, o agora presidente da Comissão publicou na sua conta pessoal na rede social twitter uma mensagem de "calorosas felicitações" e a carta que dirigiu ao presidente eleito do Eurogrupo.
"Pela minha experiência pessoal sei muito bem que esta é uma posição exigente e plena de desafios. Estou certo de que o ministro Centeno possui todas as qualidades necessárias para assumir tão importante responsabilidade e desejo-lhe os maiores êxitos nas suas novas funções", escreve Jean-Claude Juncker. O presidente do executivo comunitário sublinha que Centeno assumirá funções "num momento crucial para o futuro da área do euro e da União Europeia no seu todo".
"Dez anos após o início da crise, a economia europeia está finalmente em recuperação. A confiança foi restabelecida e chegou a hora de virar a página da crise. O forte crescimento económico concede uma oportunidade para avançar no trabalho necessário para garantir uma União Económica e Monetária mais coesa, mais eficiente, mais forte, mais democrática e que funcione para todos os europeus", aponta.
"Temos uma agenda ambiciosa pela frente e a Comissão Europeia conta com o ministro Centeno para continuar a cooperar de forma construtiva e frutuosa na sua implementação", conclui Juncker na sua mensagem de felicitações.
"Portugal está agora ainda mais comprometido com as regras europeias, com a disciplina europeia. O Governo português, que já assumia isso como compromisso de Estado, tem agora um compromisso pessoal, não é possível presidir ao Eurogrupo e depois prevaricar dentro de casa", afirmou o deputado do PSD Duarte Pacheco, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
O deputado social-democrata começou por dar uma "palavra de saudação" ao ministro das Finanças português pela eleição de hoje, considerando que, se a presidência do Eurogrupo "não é a mesma coisa que ser presidente da Comissão Europeia ou secretário-geral das Nações Unidas", é um cargo relevante na construção europeia.
Segundo Duarte Pacheco, é também motivo de satisfação para o PSD que "as políticas de rigor e consolidação orçamental não vacilarão e continuarão no rumo traçado desde 2011", considerando que foi este caminho que permitiu agora a eleição de "um compatriota" para presidir ao Eurogrupo.
"Quem preside é o guardião das regras europeias e é esse papel também que o dr. Mário Centeno vai assumir", sublinhou.
"É uma grande vitória para Portugal, é uma grande vitória evidentemente para Mário Centeno, mas é sobretudo uma grande vitória para o Eurogrupo, que precisa de formar tão rapidamente quanto possível um consenso, porque todos nós temos de tomar decisões importantes no que diz respeito à conclusão da união económica e monetária", disse Augusto Santos Silva, que falava à entrada da cerimónia de abertura da VII Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que decorre hoje e terça-feira no Parlamento português.
Esta medida, em que o Governo português tem insistido, destina-se a "tornar a moeda única numa moeda comum, que favoreça também o crescimento da economia europeia e o crescimento do emprego na Europa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"O professor Mário Centeno, pelas suas características, e Portugal, pelo seu posicionamento e pela sua linha política, tem todas as condições para contribuir para a formação desse consenso e é isso que nós todos esperamos", declarou.
Santos Silva fez votos que a nova liderança do Eurogrupo "contribua para que a reforma que é preciso fazer na zona euro se possa fazer, com consenso, compreendendo as posições de todos e encontrando as medidas que podem ser implementadas, de modo a melhorar a convergência no interior da Zona Euro".
O CDS saudou hoje a eleição de um português, o ministro das Finanças Mário Centeno para presidente do Eurogrupo, mas prometeu manter uma "oposição firme" na política interna e vigiar a sua coerência.
"Como sempre fez no passado, o CDS valoriza a eleição de um português para um cargo, europeu [neste caso]. Ser melhor ou pior, depende do desempenho do professor Mário Centeno, do desempenho que fará do cargo de presidente do Eurogrupo", disse à Lusa o deputado centrista João Almeida.
Ao nível interno, o CDS mantém "uma posição firme a este Governo na área das finanças públicas", afirmou João Almeida, recordando as alternativas do CDS às políticas do Governo do PS, exigindo mais transparência na execução orçamental, com as cativações, por exemplo.
Na Europa, os centristas prometem vigilância ao desempenho "e à coerência" de Centeno como presidente do Eurogrupo.
"O PS tem falado muito sobre a União Económica Europeia (UEM), o euro, as reformas que é preciso fazer, sobre aquilo que teria de ser alterado. É preciso ver a coerência e consequência desse discurso com aquilo que vai ser o desempenho do professor Mário Centeno no Eurogrupo", disse.
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi hoje eleito presidente do Eurogrupo, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas.
De acordo com fontes europeias, Centeno foi o mais votado na primeira volta (oito votos), após a qual saíram da "corrida" a letã Dana Reizniece-Ozola e o eslovaco Peter Kazimir, tendo o ministro português derrotado o candidato luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta, desconhecendo-se ainda com quantos votos (Dijsselbloem escusou-se a revelar pormenores da eleição na conferência de imprensa que se seguiu).
A CGTP considerou hoje que o Eurogrupo é um instrumento de pressão da União Europeia, que é liderado pelo ministro das finanças alemão e não pelo seu presidente.
"O problema não está no presidente, mas nas políticas impostas pelo Eurogrupo, que continua a ser um instrumento da União Europeia para pressionar os países a reduzirem de forma cega os défices orçamentais", disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, a propósito da eleição do ministro Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo.
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi hoje eleito presidente do Eurogrupo, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas. Para o secretário-geral da CGTP, o Eurogrupo "não é democrático, pois quem ali sempre mandou foi o ministro alemão e não o seu presidente".
Arménio Carlos admitiu que o ministro português das Finanças possa ter vontade de alterar os procedimentos do Eurogrupo mas considerou que Mário Centeno "pode não ter força para a mudança". "Até agora foi sempre o ministro das Finanças alemão que mandou no Eurogrupo, no futuro veremos", disse o sindicalista.
A líder parlamentar interina do BE duvidou hoje que a eleição do ministro das Finanças português para a presidência do Eurogrupo altere a natureza da instituição e o poderio alemão.
"A pergunta que os portugueses fazem é se será Mário Centeno, por ser português e pertencer ao PS, pode fazer a diferença nesta instituição que só tem representado ataques à democracia e mais austeridade. Entendemos que prevalece a natureza da instituição", disse Mariana Mortágua, que falava aos jornalistas no parlamento.
A deputada bloquista comparou a situação com as actuações anteriores de portugueses como o social-democrata Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia durante "o violentíssimo programa de austeridade" ou do socialista Vítor Constâncio, como vice-governador do Banco Central Europeu, tendo Portugal sido "obrigado a entregar o Banif ao Santander".
"Não entendemos que a nacionalidade ou o partido seja critério. O critério é a natureza da instituição", insistiu a parlamentar do BE, que considerou que "o problema não está na presidência do Eurogrupo, está no Eurogrupo, que é um grupo informal de ministros das Finanças que não estava previsto nos tratados, mas que concentra em si um enorme poder (...) e, muitas vezes, pondo em causa decisões democráticas" de outros países.
Para Mariana Mortágua, o Eurogrupo tem sido "porta-voz de interesses alemães", lembrando declarações do ainda líder do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, também socialista, e os seus comentários sobre países do sul, como Portugal, e alegados gastos excessivos em "vinho e mulheres".
"Em Portugal, [Mário Centeno] tem tido a sua acção muito condicionada pelos acordos celebrados à esquerda, nomeadamente com o BE, mas sabemos também que tem cumprido as metas impostas por Bruxelas, indo muitas vezes além, em detrimento de mais investimento nos serviços públicos, mais criação de emprego e crescimento económico", avaliou.
Porém, segundo a actual líder da bancada bloquista, o compromisso assumido com o PS, na posição conjunta assinada em Novembro de 2015, "é para valer", "com as medidas de recuperação de rendimentos" e "nada mudou", apesar de o BE ir continuar a ser "crítico" da actuação dos socialistas perante as instituições europeias.
O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso considerou hoje que a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo mostra que a "credibilidade é essencial" e os programas de ajustamento funcionaram.
"Todos os que previram o colapso da 'periferia' da Europa durante a chamada crise da zona euro estavam errados", escreveu hoje José Manuel Durão Barroso na sua conta na rede social Twitter logo após a eleição de Centeno, à segunda volta, para a liderança do fórum informal que reúne os ministros das Finanças da zona euro.
"Esses nunca compreenderam a Europa nem tentaram aprender? Irlanda, Espanha e Portugal mostraram que os programas [de reajustamento financeiro] funcionaram. E a credibilidade é essencial", acrescentou o também ex-primeiro-ministro português.
O primeiro-ministro disse que a eleição do ministro Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo deve-se aos bons resultados económicos portugueses e que Portugal ficou numa posição estratégica para a reforma da zona euro. António Costa falava aos jornalistas no final do primeiro de dois dias da 13.ª Cimeira Luso-Marroquina, que se realiza em Rabat, depois de questionado sobre os motivos e as consequências para Portugal resultantes da eleição de Mário Centeno para o cargo de presidente do Eurogrupo.
"Dá-me particular prazer [a eleição de Mário Centeno]. Nos últimos dias pude rever peças de alguns comentadores e de alguns jornalistas que sublinhavam aspectos nem sempre felizes - todos temos momentos menos felizes na nossa vida - e ver agora o ministro das Finanças presidente do Eurogrupo isso dá-me particular prazer, não posso dizer que não", declarou António Costa.
Para o primeiro-ministro, a eleição de Centeno é também o reconhecimento da "credibilidade" internacional de Portugal nos domínios económico-financeiro, demonstrando a correcção da linha política seguida pelo Governo.
Decorrida a segunda volta, Mário Centeno venceu a corrida à liderança do grupo dos ministros das Finanças da Zona Euro.