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Banco central grego avisa para o perigo de impasse nas negociações com os credores

No arranque do ano, o governador do Banco da Grécia deixou um aviso sério à navegação: há o risco de Atenas e os credores não chegarem a acordo em torno de algumas das medidas que fazem parte do novo acordo de resgate.

Bloomberg
Negócios 03 de Janeiro de 2016 às 17:56
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Num artigo publicado no jornal grego Kathimerini e citado pela Bloomberg, Yannis Stournaras argumenta que a União Europeia está hoje menos preparada para lidar com outra crise na Grécia do que estava no arranque do ano passado. Atenas deverá começar a negociar em breve com os seus credores institucionais algumas medidas duras, entre as quais reformas no sistema fiscal e de pensões. O banqueiro central considera que a economia grega não aguentaria um novo braço-de-ferro com Bruxelas.

Essas são as moedas de troca exigidas pelas instituições europeias para aprovar um novo empréstimo de emergência de 86 mil milhões de euros. No entanto, no sábado, o primeiro-ministro Alexis Tsipras sublinhou que a Grécia "não irá sucumbir a exigências injustas e irrazoáveis" de mais cortes nas pensões.

Tsipras explicou que pretende fazer reformas na Segurança Social. Não através de cortes, mas de medidas "equivalentes" com um peso de 1% do produto interno bruto (PIB) grego. Entre as propostas está o agravamento das contribuições sociais dos empregadores. Os credores têm-se oposto a esta solução, argumentando que ela constituiu um desincentivo à contratação.

O governador do banco central diz estar preocupado com este desacordo entre Atenas e as equipas técnicas e avisa que seria "extraordinariamente perigoso" levar a discussão até ao nível dos chefes de Estado europeus, num contexto de divisões profundas na União Europeia, com vários temas polémicos em cima da mesa, como a imigração e a união bancária.

Empatar as negociações, defende Stournaras, prejudicaria a actividade económica e restringiria o movimento de capitais. A solução passa por implementar a totalidade do acordo assinado no Verão passado, acrescenta, citado pela Bloomberg.

Além desta reforma no sistema de pensões, há outras medidas de austeridade a implementar pelo Governo de Tsipras de forma a colocar o saldo primário nos 3,5% do PIB até 2018. Uma meta que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já duvida que seja possível alcançar.

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