O indicador calculado pela Markit para avaliar o comportamento do sector industrial – que representa cerca de 10% da economia da Grécia - caiu em Julho para 30,2 pontos, o valor mais baixo desde 1999, ano em que a empresa começou a publicar estes dados. Um indicador abaixo de 50 pontos indica contracção da actividade.

Julho foi mês em que o governo grego decretou a imposição de controlos de capitais e o fecho dos bancos, depois de ter deixado expirar o prazo de 30 de Junho para chegar a acordo com os credores, o que obrigou o BCE a não aumentar o limite da linha de emergência aos bancos.

Segundo a Markit, a produção industrial caiu a pique mas também as novas encomendas, tendo os fabricantes reportado igualmente grande dificuldade em obter matérias-primas.

Apesar de a indústria representar uma pequena fatia da produto total da Grécia, a magnitude da desaceleração envia um sinal preocupante para a saúde da economia como um todo. Segundo a Comissão Europeia, o cenário agora mais provável é uma quebra no PIB entre 2% e 4%, seguida de uma nova contracção em 2016. Em Novembro último, Bruxelas antecipava que a economia grega crescesse 2,9% neste ano e 3,7% em 2016. Em Fevereiro revira esses valores em baixa para 2,5% e 3,6%, e em Maio voltara a cortá-los para 0,5% e 2,9%, respectivamente. Pela primeira vez desde 2007, a economia grega crescera em 2014 ao registar uma expansão de 0,8%.