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8. A crise do euro vai ser superada?
Curiosamente, uma parte decisiva da resposta a esta pergunta depende daquilo que acontecer durante os próximos seis meses em Portugal. Depois de a Irlanda ter terminado o seu programa sem necessidade de recorrer a um programa cautelar, Portugal tem seis meses para decidir e provar que também consegue fechar o seu ciclo de ajustamento com êxito.
O regresso de outro país resgatado aos mercados financeiros será celebrado como mais um marco do fim da crise, mas um cenário de segundo resgate poderia arrastar a Europa para uma nova vaga de pessimismo e pressão dos investidores. Será igualmente importante acompanhar os desenvolvimentos do programa grego e cipriota, bem como a possibilidade de novos países serem resgatados.
Além do desenlace dos programas de ajustamento, o regresso da economia europeia ao
crescimento económico poderá determinar a saída ou não da crise. Para já, as previsões apontam para uma variação positiva do PIB em 2014. A economia da União Europeia - que estagnou este ano - e a da Zona Euro - que teve uma recessão de 0,4% - deverão regressar a crescimentos positivos, com 1,4 % na UE e 1,1% entre os países do Euro, respectivamente.
"Existem cada vez mais indícios de que a economia europeia atingiu um ponto de viragem. A consolidação orçamental e as reformas estruturais empreendidas na Europa criaram as bases necessárias ao relançamento da economia", afirmava Olli Rehn, em Dezembro. Contudo, mesmo o vice-presidente da Comissão Europeia admitia que é ainda "muito cedo para cantar vitória", referindo os níveis "inaceitavelmente elevados" do desemprego.