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Von der Leyen pede "trabalho de equipa" para travar escalada nos preços da energia

Presidente da Comissão Europeia defende que só com um investimento maior em energias renováveis será possível prevenir novos choque nos preços da energia. Admite ainda que "existe algo específico na situação europeia", devido à Rússia, e pede esforço comum para ultrapassar crise energética.

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20 de Outubro de 2021 às 10:27
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta quarta-feira que é preciso "um verdadeiro trabalho de equipa" para tornar a Europa mais resiliente a nível energético. Ursula von der Leyen reitera que só com um investimento maior em energias renováveis será possível prevenir novos choque nos preços da energia. 

Num debate no Parlamento Europeu de antecipação do Conselho Europeu que decorrerá na quinta e sexta-feira em Bruxelas, Ursula von der Leyen começou por realçar que "os preços do gás são cíclicos, e são fixados pelos mercados globais" e que as energias solar e eólica são hoje mais baratas de produzir do que há 10 anos.

"Esses dois fatos mostram-nos que a transição para a energia limpa não é apenas vital para o nosso planeta, mas também é crucial para a nossa economia e para a resiliência a choques nos preços da energia", advogou.

Apesar de se tratar de um fenómeno global, Ursula von der Leyen admitiu que "existe algo específico da situação europeia". Isto porque, embora a empresa russa Gazprom tenha cumprido os contratos a longo prazo com a União Europeia (UE), "não respondeu a uma maior procura como nos anos anteriores".


Ursula von der Leyen sublinhou, por isso, que a UE precisa "de mais rapidez no investimento em energias renováveis", que são "um seguro contra o aumento dos preços da energia" e "ajudam a reduzir a dependência das importações". "O que precisamos no caminho para o futuro é de um verdadeiro trabalho de equipa europeu", alertou.

Pacote de Bruxelas para atacar crise energética começa a ser discutido amanhã

Com os preços da energia em alta, a Comissão Europeia anunciou, no passado dia 13 de outubro, um conjunto de propostas para os Estados-membros atacarem a crise energética, protegendo as empresas e famílias. O plano começará a ser debatido no Conselho Europeu que arranca esta quinta-feira.

No debate desta terça-feira, Ursula von der Leyen insistiu que há medidas que podem ser implementadas "no curto prazo", como o alívio dos custos para as empresas e famílias por meio de apoios estatais ou um corte nos impostos (tal como já foi feito em 20 Estados-membros da UE, incluindo Portugal), mas é preciso também olhar para "médio a longo prazo". 

Aí, a Comissão Europeia compromete-se a atuar em "cinco áreas cruciais". Primeiro, Ursula von der Leyen quer "acabar com a especulação nos mercados de energia", reforçando a monitorização dos mercados de gás e carbono. Depois disso, disse que é preciso estudar formas de combater a volatilidade extrema dos preços da eletricidade.

A presidente da Comissão Europeia referiu ainda que é preciso estabelecer "ativamente" contratos com novos fornecedores de gás natural para diminuir a dependência face à Rússia, que é responsável pela maioria do gás consumido na Europa. Nesse domínio, frisou que a Equinor Norway já anunciou um aumento de entregas e que, em 2022, será apresentada uma estratégia para ajudar os Estados-membros nos seus contratos internacionais. 

"Importamos 90% do gás que consumimos. E isso nos torna vulneráveis. A resposta tem a ver com diversificar nossos fornecedores. Mas também mantendo o papel do gás natural como combustível de transição e, fundamentalmente, na aceleração da transição para energias limpas", argumentou Ursula von der Leyen. 

Sinalizou ainda que a Comissão Europeia está a trabalhar na questão do armazenamento de gás natural, tendo em conta que "não existe um quadro europeu para reservas estratégicas de gás como existe para o petróleo", e lembrou que é preciso "mais agilidade para investir em energias renováveis".
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