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Tusk avisa que cenário de não acordo para o Brexit é “mais provável do que nunca"

Perante novo bloqueio negocial entre Londres e Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu adverte que um cenário de não acordo para a relação futura entre os dois blocos económicos é mais provável do que nunca.

Reuters
15 de Outubro de 2018 às 19:38
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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu hoje que o cenário de uma ausência de acordo para a concretização da saída do Reino Unido da União Europeia é "mais provável do que nunca".

Na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo da UE para o Conselho Europeu de quarta e quinta-feira em Bruxelas, considerado "o momento da verdade" nas negociações em torno do ‘Brexit’, Tusk sublinha todavia que o facto de a União Europeia se dever preparar de forma responsável para o cenário de um "não acordo" não significa que não devam ser feitos "todos os esforços" para alcançar o melhor acordo possível para todas as partes.

Lembrando que o objectivo traçado há sensivelmente um mês na cimeira de Salzburgo era alcançar o máximo de progressos e resultados com vista a ser possível "fechar" um acordo neste Conselho Europeu de Outubro, Tusk aponta que, "tal como as coisas estão hoje, tal revelou-se mais complicado do que alguns esperariam".

"Devemos manter-nos esperançados e determinados, uma vez que há boa vontade de ambas as partes para prosseguir estas negociações. Mas, ao mesmo tempo, responsáveis como somos, temos de nos preparar a UE para um cenário de ausência de acordo, que é mais provável do que nunca", observa o presidente do Conselho Europeu.

Tusk ressalva então, para "ser absolutamente claro", que esses preparativos para uma saída não ordenada do Reino Unido do bloco europeu não deve, "sob quaisquer circunstâncias", desencorajar os responsáveis políticos de ainda alcançarem um acordo, até porque, "como alguém sabiamente afirmou, «tudo parece impossível até ser feito»", uma frase atribuída a Nelson Mandela.

"Não desistamos", exorta Tusk na missiva enviada aos líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

O presidente do Conselho Europeu explica que os trabalhos terão início na quarta-feira à noite com um debate sobre o ‘Brexit’, apontando que convidou a primeira-ministra britânica, Theresa May, a dirigir-se aos restantes líderes para apresentar a avaliação que o seu Governo faz das negociações.

"Mais tarde, a 27, decidiremos como conduzir as negociações a partir daqui, com base numa recomendação do nosso negociador-chefe, Michel Barnier", escreve.

O Conselho Europeu será retomado na quinta-feira de manhã, de novo a 28, sendo o principal assunto em agenda, e uma vez mais, a questão das migrações, sendo seguido de uma Cimeira do Euro no chamado "formato inclusivo" (a 27), para um ponto da situação sobre a reforma da União Económica e Monetário, e na qual participará o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

Depois do Conselho Europeu e Cimeira do Euro, haverá lugar a uma cimeira entre UE e Ásia (ASEM), que terá início na quinta-feira à noite e decorrerá até sexta-feira à tarde.

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