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S&P retira "rating" máximo à União Europeia

A menor coesão entre os membros do espaço comunitário é um dos factores para que seja atribuída uma menor classificação de risco. A alteração não afecta o “rating” dos Estados-membros. Olli Rehn discorda da decisão da agência de notação financeira.

Bloomberg
20 de Dezembro de 2013 às 08:19
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A Standard & Poor’s decidiu retirar à União Europeia a mais alta classificação de risco. Em vez do chamado "rating" máximo de “triplo A”, a notação financeira da região é, agora, de “AA+”, a segunda mais elevada.

 

Na opinião da agência de notação financeira, a capacidade creditícia dos 28 membros da União Europeia caiu. As negociações orçamentais na região tornaram-se mais difíceis, gerando até mesmo alguma controvérsia, pelo que haverá mais riscos no apoio de alguns países à União Europeia enquanto um todo, aponta aquela entidade em comunicado.

 

Olli Rehn, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, já reagiu a esta decisão, afirmando que discorda com a S&P quando esta coloca em causa as obrigações dos Estados-membros para com o orçamento comunitário. "Todos os Estados-membros entregaram sempre, na totalidade e a horas o seu contributo para o Orçamento, mesmo durante a crise financeira", pode ler-se num comunicado do responsável europeu.   

 

A menor coesão entre os membros do espaço comunitário é um dos factores para que seja atribuída uma menor classificação de risco à chamada “institucional supranacional”, que se encontrava com perspectiva de uma redução desde Janeiro de 2012.

 

O “rating” é atribuído à União Europeia enquanto uma instituição que, através de entidades emitentes de dívida, vai buscar financiamento para ajudar os estados-membros (como Portugal e a Irlanda) - o Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira é o instrumento financeiro da UE - e ainda para programas como a Euratom (Comunidade Europeia de Energia Atómica).

 

Esta alteração, que se segue ao corte de “rating” de países como Espanha e França, não afecta as classificações de risco de cada país, explica a própria S&P.

 

Apesar do corte, a perspectiva para a notação financeira é “estável”, pelo que não se antecipam alterações. Segundo a agência de “rating”, esta estabilidade “reflecte a visão da capacidade e vontade de Estados-membros com elevada avaliada ofuscarem os riscos”.

 

No comunicado, a S&P fala de Portugal dizendo que 80% dos créditos da UE são para a Irlanda e Portugal. “Vemos como remota a incapacidade da EU em aceder aos mercados de capital, que acreditamos que minimize o risco de os créditos a Irlanda e Portugal não serem prolongados”.

 

(Notícia actualizada às 10h31 com a reacção de Olli Rehn)

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