A Standard & Poor’s considera que a Irlanda vai conseguir sair do programa de resgate e manter-se nos mercados de capitais, com um financiamento autónomo.

“Acreditamos que, à medida que a economia interna melhora, a Irlanda vai continuar a reduzir o encargo com a dívida pública através da consolidação orçamental e da venda de activos, permitindo a saída do programa de resgate e a manutenção do acesso aos mercados de capitais”, indica a agência de notação financeira num comunicado divulgado esta sexta-feira, 20 de Dezembro.

A Irlanda deixou, oficialmente, esta semana o programa de ajuda externa acordado em Novembro de 2010 sem recorrer a qualquer forma de assistência internacional, uma “saída limpa”. A S&P acredita que a Irlanda vai conseguir manter o acesso aos mercados de financiamento, ou seja, que vai conseguir vender dívida a investidores e, assim, financiar os seus encargos sem precisar de auxílio de outros países.

A economia irlandesa está a estabilizar (a economia cresceu 1,5% no terceiro trimestre, face ao trimestre anterior, superando os economistas) e o desemprego começou a cair. Estes são dois factores positivos sublinhados pela S&P que, contudo, não deixa esquecer que o país permanece vulnerável a riscos financeiros externos. Da mesma forma, a banca continua com elevados níveis de crédito malparado.

No comunicado, a agência norte-americana afirma o “rating” da Irlanda em “BBB+”, o terceiro nível antes de ser considerado como um investimento especulativo. A perspectiva positiva, em vigor desde Janeiro deste ano, foi reiterada, “reflectindo a ideia de que há uma probabilidade superior a um em três de aumentarmos os ‘ratings’ da Irlanda nos próximos 18 meses.

O comunicado relativo à Irlanda foi emitido no mesmo dia em que a S&P retirou o “rating” máximo à União Europeia, cujos principais créditos são relativos, precisamente, à Irlanda e a Portugal.