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Quatro maiores do euro duplicam fundo de investimento de Juncker

Depois de Alemanha, França e Espanha, também Itália promete entrar com verbas públicas para reforçar a base de capital do novo Fundo Europeu de Investimento Estratégico.

Reuters
10 de Março de 2015 às 12:15
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Depois de Alemanha, França e Espanha, também Itália prometeu nesta terça-feira entrar com verbas públicas para reforçar a base de capital do novo Fundo Europeu de Investimento Estratégico (FEIE) que funcionará como catalisador do plano lançado por Jean-Claude Juncker, através do qual o presidente da Comissão Europeia espera viabilizar nos próximos três anos projectos avaliados em mais de 300 mil milhões de euros e gerar pelo menos um milhão de novos postos de trabalho.

 

Falando à margem da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), que chegaram hoje em Bruxelas a uma primeira posição comum sobre o "Plano Juncker", Jyrki Katainen (na foto), vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela política de investimento, disse ter recebido do Governo italiano a confirmação que entrará com os mesmos oito mil milhões de euros que já haviam sido prometidos pela Alemanha e pela França. Espanha, por seu turno, contribuirá com 1,5 mil milhões de euros para o FEIE. Os montantes adjudicados a este fim não contarão para efeitos de avaliação do cumprimento das metas de redução do défice orçamental.

 

"É um bom começo. Agora temos de nos concentrar nos trabalhos legislativos com o Parlamento Europeu e espero que, em Setembro ou Outubro, já estejamos a operar", afirmou o comissário que virá a Lisboa no próximo dia 16 de Março explicar as potencialidades do novo fundo. Katainen referia-se à posição comum adoptada pelo Ecofin e às negociações que agora se abrem com os eurodeputados. Do lado de Estrasburgo, este processo de "co-decisão" será liderado pelo social-democrata José Manuel Fernandes, membro da Comissão dos Orçamentos, e pelo socialista alemão Udo Bullmann, da Comissão de Economia, que foram nomeados relatores nesta matéria.

 

O novo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) será criado em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI). Na previsão original,  o "fundo estratégico" contava com 21 mil milhões de euros de verbas e garantias de instituições europeias, montante esse que, com as contribuições dos quatro maiores países do euro, foi já mais do que duplicado, para 46,5 mil milhões de euros.

 

A expectativa de Bruxelas é que o valor deste "motor de arranque" possa chegar ao terreno multiplicado por pelo menos quinze, ou seja, que por cada euro mobilizado através do Fundo sejam gerados 15 euros de investimento total. Mais de dois terços dos fundos e garantias que podem ser fornecidas pelo FEIE serão destinadas a "investimento de longo prazo", designadamente redes de transporte e energia.  Portugal, Espanha e França irão apresentar projectos comuns neste domínio para aumentar a capacidade de transporte das actuais redes energéticas. A outra fatia, menor, servirá para alancavar financiamento para permitir às empresas reforçar o seu investimento.

 

"Numa altura em que os fundos públicos são escassos mas existe liquidez financeira, pronta a ser utilizada, tanto nas instituições financeiras como nas contas bancárias dos particulares e das empresas, o desafio consiste em quebrar o círculo vicioso de falta de confiança e de subinvestimento", explica a Comissão Europeia, frisando que se trata de fazer uma "mobilização inteligente" de fontes de financiamento públicas e privadas, "em que cada euro de dinheiro público será utilizado para gerar investimento privado adicional, sem criar mais dívida".

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