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Bruxelas promete virar a página da crise com plano de investimento de 315 mil milhões

"O Natal chegou mais cedo", afirmou Jean-Claude Juncker na apresentação do seu plano destinado virar de vez a página da crise na Europa. A estratégia de atracção de investimento assenta na criação de um "fundo de estratégico" de 21 mil milhões de euros, para o qual convergirão verbas e garantias de instituições europeias, designadamente do BEI.

Reuters
26 de Novembro de 2014 às 10:03
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Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, prometeu nesta quarta-feira, 26 de Novembro, criar um novo "fundo estratégico" capaz de gerar pelo menos 315 mil milhões de euros de investimento adicional nas economias europeias até ao fim de 2017 e de criar até 1,3 milhões de novos postos de trabalho. "O Natal chegou mais cedo", disse. Mas "o dinheiro não cai do céu e não temos uma impressora para o imprimir. Temos de o atrair", precisou o responsável do Executivo europeu no discurso de apresentação do seu plano aos eurodeputados, reunidos em Estrasburgo.

 

O plano assenta na criação de um "fundo de estratégico" de 21 mil milhões de euros, para o qual convergirão verbas e garantias de instituições europeias, designadamente do Banco Europeu de Investimento, que terá um papel-chave no esquema, graças ao seu 'rating' de triplo A (o mais elevado). A expectativa de Bruxelas é que o valor deste "motor de arranque" possa chegar ao terreno multiplicado por pelo menos quinze, daí o valor esperado de 315 mil milhões de euros de investimento real adicional.

 

"Numa altura em que os fundos públicos são escassos mas existe liquidez financeira, pronta a ser utilizada, tanto nas instituições financeiras como nas contas bancárias dos particulares e das empresas, o desafio consiste em quebrar o círculo vicioso de falta de confiança e de subinvestimento", explica a Comissão, frisando que se trata de fazer uma "mobilização inteligente" de fontes de financiamento públicas e privadas, "em que cada euro de dinheiro público será utilizado para gerar investimento privado adicional, sem criar mais dívida".

 

Juncker disse esperar que o novo Fundo esteja operacional em Junho do próximo ano, tendo pedido para tal a colaboração do Parlamento e do Conselho (onde estão representados os Governos europeus) a quem cabe a decisão final sobre esta sua proposta. Depois de ter andado vários anos a "lutar para restaurar a credibilidade orçamental e a promover reformas", hoje foi acrescentado "um terceiro elemento no círculo vicioso, um plano de investimento ambicioso mas realista para a Europa", disse citado pela Lusa. O objectivo da 'Comissão Juncker' é que este plano financie projectos em áreas como infra-estruturas de transportes, banda larga, energia, inovação e investigação, energias renováveis, eficiência energética ou educação, apostando em projectos de maior risco.

 
Como funcionará o novo fundo de investimento?

O novo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) será criado em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI). Terá por base uma garantia de 16 mil milhões de euros do orçamento da UE, combinados com 5 mil milhões de euros do BEI. A Comissão Europeia diz ter usado estimativas prudentes para assumor que o efeito multiplicador do Fundo será de 1:15. Por outras palavras, por cada euro mobilizado através do Fundo, serão gerados 15 euros de investimento total, que de outra forma não teria existido. Não há dinheiro europeu novo. Mais de dois terços dos fundos e garantias que podem ser fornecidas pelo FEIE serão destinadas a "investimento de longo prazo", designadamente redes de transporte e energia.  A outra fatia, menor, servirá para alancavar financiamento para permitir às empresas reforçar o seu investimento. A expectativa é que os 21 mil milhões de euros desse fundo europeu sejam pelo menos multiplicados por quinze quando traduzidos em investimento efectivo. 

 

 

* Garantia de 50% = 8 mil milhões de euros do Mecanismo de Interligar a Europa (3,3), Horizonte 2020 (2,7) e margens orçamentais (2)

** Excluindo as contribuições da União Europeia como garantia de 307 mil milhões de euros 

 

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