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Quase 200 mil migrantes chegaram à UE em 2021

O número de chegadas ilegais foi 57% superior ao de 2020, quando as restrições impostas pela pandemia da covid-19 reduziram drasticamente a migração, mas também mais 36% do que em 2019, disse em comunicado a Frontex.

Cerca de 10 mil migrantes, sobretudo da Síria, já chegaram à fronteira terrestre da Turquia com a Grécia.
Erdem Sahin/EPA
11 de Janeiro de 2022 às 23:52
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Quase 200.000 migrantes ilegais chegaram à União Europeia (UE) no último ano, o número mais alto desde 2017, anunciou hoje a agência europeia de controlo de fronteiras Frontex, acrescentando que o fluxo migratório clandestino voltou aos níveis pré-pandemia.

O número de chegadas ilegais foi 57% superior ao de 2020, quando as restrições impostas pela pandemia da covid-19 reduziram drasticamente a migração, mas também mais 36% do que em 2019, disse em comunicado a Frontex.

O número de chegadas clandestinas à UE em 2021, "pouco menos de 200.000", é agora maior "do que os níveis pré-pandemia", acrescentou a agência com sede em Varsóvia. "Isso sugere que outros fatores, além do levantamento das restrições à mobilidade global, estão por trás do aumento da pressão migratória", disse a Frontex.

Em 2021, um fator novo fator foi o afluxo de migrantes, principalmente do Médio Oriente, através da Bielorrússia, no que a UE considera uma operação orquestrada pelo regime de Minsk.

A Frontex também observou um aumento acentuado nas chegadas de migrantes através do Mediterrâneo central, dos Balcãs Ocidentais e de Chipre.

A principal rota dos migrantes foi o Mediterrâneo central, por onde chegaram 65.362 migrantes ilegais, cerca de um terço do total. De um ano para o outro, o aumento foi de 83% naquela rota, segundo a Frontex.

Os Balcãs Ocidentais tiveram um aumento de 124% em relação a 2020, chegando a 60.540 migrantes ilegais. Em Chipre, foram registadas 14.400 chegadas, 123% a mais do que no ano anterior.

No ano passado, os sírios foram os mais numerosos entre os migrantes ilegais, seguidos pelos tunisinos, marroquinos, argelinos e afegãos.

As autoridades italianas imobilizaram hoje no sul da Sicília, em Itália, o navio humanitário "Ocean Viking", da organização não governamental (ONG) SOS Méditerranée, depois de verificar uma série anomalias no convés de que devem ser resolvidas antes que possa voltar a navegar no mar Mediterrâneo.

A SOS Méditerranée explicou que a embarcação foi submetida a uma inspeção de 11 horas na segunda-feira e depois foi imobilizada no porto siciliano de Trapani, onde chegou em 25 de dezembro para desembarcar os últimos 114 migrantes resgatados do mar.

No último ano, o "Ocean Viking" resgatou 2.832 pessoas em 33 operações de resgate, adiantou a ONG em comunicado.

A ONG lembrou que o bloqueio administrativo da embarcação surge depois de ter ficado imobilizado em julho de 2020 durante meses devido a deficiências diferentes das atuais.

Desta vez, o problema tem a ver com uma série de estruturas localizadas no convés de popa que foram adicionadas para abrigar migrantes e armazenar o equipamento necessário para o trabalho de resgate.

"Lamentamos o extremo rigor aplicado nas inspeções do nosso navio. Esta inspeção é a sexta a que o "Ocean Viking" foi submetido desde o início das suas operações no Mediterrâneo central em agosto de 2019", referiu a SOS Méditerranée.

De acordo com a diretora-geral da ONG em Itália, Valéria Taurino, a SOS Méditerranée viu-se agora "obrigada" a adiar as suas operações.

A ONG explicou que, durante a inspeção, verificou-se que "as estruturas adicionadas ao navio para abrigar os sobreviventes e com os equipamentos necessários para o trabalho de resgate deveriam estar registas numa categoria diferente".

"Navios humanitários como o "Ocean Viking", que preenchem o vazio deixado pelos estados europeus, são essenciais para evitar esses naufrágios", disse Fabienne Lassalle, vice-diretora-geral da SOS Méditerranée France, citada em comunicado.

Mais de 67.000 migrantes desembarcaram em Itália em 2021, a maioria proveniente do norte de África, em barcos improvisados ou, muitas vezes, sobrelotados, de acordo com dados publicados em 31 de dezembro pelo Ministério do Interior italiano.
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