Notícia
Portugueses são os segundos piores da UE em literacia financeira
As percentagens mais altas foram verificadas na Finlândia (73%), Estónia (67%) e Dinamarca (66%) e as mais baixas na Roménia (36%), Portugal (42%) e Grécia (43%).
23 de Fevereiro de 2024 às 00:13
Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) com pior classificação em literacia financeira, sobre questões como inflação e juros, revela um estudo hoje divulgado, no dia em que os ministros das Finanças europeus discutem como reduzir obstáculos.
No dia em que os ministros dos Assuntos Financeiros e Económicos da UE se reúnem na cidade belga de Gante, pela presidência rotativa do Conselho ocupada pela Bélgica, o grupo de reflexão Bruegel publica um estudo em que releva que, "em média, apenas uma em cada duas pessoas na UE tem conhecimentos financeiros".
Com uma média europeia - a 27 Estados-membros - de 52% de inquiridos que responderam corretamente a pelo menos três de cinco perguntas feitas, esta percentagem foi de 42% para os questionados em Portugal, numa avaliação que tem por base cinco questões sobre juros compostos, inflação, relação entre taxas de juro e preços das obrigações, risco e rendimento e diversificação dos riscos.
"Em resposta a um inquérito de 2023 que continha cinco perguntas de avaliação dos conhecimentos financeiros básicos, apenas metade dos inquiridos respondeu corretamente a pelo menos três das cinco perguntas, facto que representa um baixo nível de conhecimentos financeiros e um obstáculo para os indivíduos investirem nos mercados financeiros", acrescenta Bruegel, grupo dedicado a assuntos económicos.
Em causa está então um inquérito feito no ano passado pela Comissão Europeia e publicado no relatório, que indica que os portugueses inquiridos foram, só atrás dos romenos, os piores em conhecimentos financeiros.
As percentagens mais altas foram verificadas na Finlândia (73%), Estónia (67%) e Dinamarca (66%) e as mais baixas na Roménia (36%), Portugal (42%) e Grécia (43%).
A literacia financeira relaciona-se com o conhecimento e compreensão, mas também com a capacidade de promover a tomada de decisões financeiras.
De acordo com o Bruegel, "os países com maior proporção de pessoas com conhecimentos financeiros têm um maior número de pessoas que poupam e pedem empréstimos a uma instituição financeira, o que indica que os conhecimentos financeiros podem melhorar a inclusão financeira".
O grupo de reflexão alerta que "as pessoas com mais conhecimentos financeiros são menos frágeis financeiramente, na medida em que conseguem cobrir as suas despesas em caso de perda súbita de rendimentos e estão mais confiantes de que terão fundos suficientes para se sustentarem durante a reforma".
Neste caso em concreto, do inquérito, "as perguntas mais frequentemente respondidas corretamente pelos inquiridos mediam a compreensão da inflação e a relação entre risco e rendimento. Em contrapartida, apenas um em cada cinco inquiridos respondeu corretamente a uma pergunta sobre a relação entre as taxas de juro e os preços das obrigações", especifica o Bruegel.
No estudo pedido pela presidência belga do Conselho da UE, e ao qual a Lusa teve acesso, os investigadores do Bruegel Maria Demertzis, Mejino Lopez, Annamaria Lusardi e Luca Léry Moffat recomendam que todos os países da UE criem uma estratégia nacional de literacia financeira.
"É urgente pôr em prática estas estratégias [...] e ajudar a colmatar as lacunas de género e outras lacunas de conhecimento entre os grupos vulneráveis e garantir que a educação financeira comece cedo e nas escolas", adiantam.
Hoje à tarde, durante uma sessão de trabalho na reunião informal dos ministros das Finanças da UE, na qual participa o governante português da tutela Fernando Medina, os responsáveis vão debater a literacia financeira dos cidadãos da UE e como melhorar a participação dos pequenos investidores nos mercados financeiros.
No dia em que os ministros dos Assuntos Financeiros e Económicos da UE se reúnem na cidade belga de Gante, pela presidência rotativa do Conselho ocupada pela Bélgica, o grupo de reflexão Bruegel publica um estudo em que releva que, "em média, apenas uma em cada duas pessoas na UE tem conhecimentos financeiros".
"Em resposta a um inquérito de 2023 que continha cinco perguntas de avaliação dos conhecimentos financeiros básicos, apenas metade dos inquiridos respondeu corretamente a pelo menos três das cinco perguntas, facto que representa um baixo nível de conhecimentos financeiros e um obstáculo para os indivíduos investirem nos mercados financeiros", acrescenta Bruegel, grupo dedicado a assuntos económicos.
Em causa está então um inquérito feito no ano passado pela Comissão Europeia e publicado no relatório, que indica que os portugueses inquiridos foram, só atrás dos romenos, os piores em conhecimentos financeiros.
As percentagens mais altas foram verificadas na Finlândia (73%), Estónia (67%) e Dinamarca (66%) e as mais baixas na Roménia (36%), Portugal (42%) e Grécia (43%).
A literacia financeira relaciona-se com o conhecimento e compreensão, mas também com a capacidade de promover a tomada de decisões financeiras.
De acordo com o Bruegel, "os países com maior proporção de pessoas com conhecimentos financeiros têm um maior número de pessoas que poupam e pedem empréstimos a uma instituição financeira, o que indica que os conhecimentos financeiros podem melhorar a inclusão financeira".
O grupo de reflexão alerta que "as pessoas com mais conhecimentos financeiros são menos frágeis financeiramente, na medida em que conseguem cobrir as suas despesas em caso de perda súbita de rendimentos e estão mais confiantes de que terão fundos suficientes para se sustentarem durante a reforma".
Neste caso em concreto, do inquérito, "as perguntas mais frequentemente respondidas corretamente pelos inquiridos mediam a compreensão da inflação e a relação entre risco e rendimento. Em contrapartida, apenas um em cada cinco inquiridos respondeu corretamente a uma pergunta sobre a relação entre as taxas de juro e os preços das obrigações", especifica o Bruegel.
No estudo pedido pela presidência belga do Conselho da UE, e ao qual a Lusa teve acesso, os investigadores do Bruegel Maria Demertzis, Mejino Lopez, Annamaria Lusardi e Luca Léry Moffat recomendam que todos os países da UE criem uma estratégia nacional de literacia financeira.
"É urgente pôr em prática estas estratégias [...] e ajudar a colmatar as lacunas de género e outras lacunas de conhecimento entre os grupos vulneráveis e garantir que a educação financeira comece cedo e nas escolas", adiantam.
Hoje à tarde, durante uma sessão de trabalho na reunião informal dos ministros das Finanças da UE, na qual participa o governante português da tutela Fernando Medina, os responsáveis vão debater a literacia financeira dos cidadãos da UE e como melhorar a participação dos pequenos investidores nos mercados financeiros.