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Peso da Europa "é cada vez menor", mas a resposta "está na união", diz Moedas

O comissário europeu Carlos Moedas afirmou esta sexta-feira que o peso da criação da riqueza na Europa é cada vez mais pequeno no mundo, pelo que estranha que as pessoas pensem que os países europeus, isoladamente, possam fazer alguma coisa.

Bruno Simão/Negócios
24 de Fevereiro de 2017 às 19:18
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"A Europa representava 30% do Produto Interno Bruto [PIB] mundial e hoje conta apenas 20%, enquanto a China que tinha 2% hoje representa quase 20%", disse o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação num almoço-debate organizado pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, que decorreu esta sexta-feira, 24 de Fevereiro, em Lisboa.

 

Para Carlos Moedas, o peso da Europa tem vindo a diminuir: "Por isso, é um bocadinho estranho que as pessoas pensem que os países [da Europa] sozinhos possam fazer alguma coisa" para reverter a situação.

 

"Daí que tenhamos que nos unir. Exactamente porque o nosso peso é cada vez menor", disse Carlos Moedas, lembrando que se trata de um problema que tem a ver com "a própria realidade".

 

"Dei hoje o exemplo do G7, os sete países mais importantes do mundo (…). Daqui a 20 anos não sabemos se a própria Alemanha já não terá sequer um assento nos sete países mais importantes do mundo. Isto porque será a nona economia mundial, tendo em conta as perspectivas de crescimento da economia alemã para os próximos 20 anos a 30 anos".

 

Depois há, segundo o comissário europeu, "um problema de percepção, em que a percepção que temos daquilo que somos e a percepção do que os outros têm sobre nós é pior do que aquilo que realmente é". 

 

"Há dois dias a NASA deu a descoberta de sete novos planetas, em que o cientista que descobriu os planetas é belga, é europeu, e o dinheiro é da União Europeia, mas aquilo que passa nas notícias parece que é apenas uma descoberta norte-americana", salientou.

 

Além disso, Carlos Moedas referiu que a Europa tem estado a crescer há 14 trimestres consecutivos e que o desemprego caiu abaixo dos 10%, o que não acontecia desde a crise de 2008. "São boas notícias. As pessoas não conhecem, mas a culpa é nossa. Daí que tenhamos de nos vender melhor e ser mais aguerridos num mundo que é global. Mas só vamos conseguir vender-nos unidos", advertiu.

 

Num contexto de fortes mudanças a nível interno na Europa e a nível internacional, Carlos Moedas é peremptório: "sempre considerei que o projecto europeu é irreversível". "É um projecto que foi construído de uma forma indestrutível. Mas temos altos e baixos. E nos últimos 10 anos houve crises atrás de crises, isto é, a Europa teve aquilo a que chamamos poli-crises, [...] nomeadamente, o Brexit e os refugiados", disse Carlos Moedas, ressalvando que "o sistema aguentou e vai continuar a aguentar e sobreviver".

 

Há outros desafios, apontou, como as eleições em França e noutros países, mas o comissário português entende que a Europa vai continuar a resistir.

 

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