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Ministro britânico das Finanças avisa que "Brexit" seria "divórcio dispendioso"

No dia em que prometeu apresentar uma análise custo-benefício no caso de uma eventual saída britânica da UE, Osborne garantiu que a concretização do "Brexit" seria um "divórcio confuso, longo e dispendioso".

Bloomberg
01 de Março de 2016 às 17:25
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As campanhas a favor da "permanência" e da "saída" do Reino Unido da União Europeia ("Brexit") estão em marcha há já mais de uma semana. E esta terça-feira, 1 de Março, foi a vez de o ministro britânico das Finanças, George Osborne, também se pronunciar.

 

A par do "mayor" de Londres, Boris Johnson, Osborne é visto como um dos potenciais sucessores do actual primeiro-ministro britânico, David Cameron, na liderança dos conservadores. E se Johnson surge como uma das principais figuras da campanha a favor do "Brexit", George Osborne surge em linha com o seu chefe de Governo. Para o ministro, o abandono britânico da UE seria um "divórcio confuso, longo e dispendioso".

Apesar dos vários membros (pelo menos seis) do Governo conservador que já anunciaram estar a favor do "Brexit", a posição oficial do Executivo é favorável à permanência na UE. E ainda na passada segunda-feira o Governo liderado por Cameron avisou que o "Brexit" conduziria o reino a uma "década de incerteza", que se traduziria num período de instabilidade que atingiria "os mercados financeiros, o investimento e o valor da libra".

 

Esta terça-feira, 1 de Março, Osborne lembrou no Parlamento britânico que "já assistimos à queda da libra esterlina e ontem o HSBC previu uma quebra adicional de 15% a 20% [da libra] no evento de um voto a favor da saída" da UE. Ontem, o UBS avisava que a saída do Reino Unido do clube europeu levaria a divisa britânica para um nível idêntico ao do euro.

 

Osborne recordou ainda que na reunião do passado fim-de-semana do G-20, as maiores potências económicas mundiais concluíram que seria um choque para a economia mundial se o Reino Unido acabasse por abandonar o clube europeu.

 

Como tal, George Osborne avisa para os perigos de no próximo dia 23 de Junho (data já agendada para o referendo sobre o "Brexit") os eleitores decidirem votar maioritariamente a favor da saída da UE: "Isso irá incluir os custos económicos de longo prazo, os benefícios da pertença à UE e o risco associado à saída".

 

No dia em que o ministro das Finanças prometeu realizar um estudo sobre os custos e benefícios de um eventual "Brexit", foi divulgado um outro estudo oficial, com uma análise à capital inglesa e intitulado: "Londres: A casa das máquinas global".

 

Este estudo nota que a economia da capital inglesa foi "moldada pela globalização" e sublinha que Londres precisa posicionar-se tendo em vista o crescimento global futuro.

 

E recorda que tendo em conta a mudança em curso na economia global, na qual o papel desempenhado pela Europa será menor, em contraponto com o crescimento dos mercados emergentes, o estudo recomenda que Londres precisa também posicionar-se nesses mercados. A introdução deste estudo é assinada pelo mayor Boris Johnson.

No dia 19 de Fevereiro, David Cameron chegou a acordo com os restantes 27 Estados-membros da UE para um conjunto de reformas que asseguram, nas palavras do governante britânico, um "estatuto especial" do Reino Unido na União. Estas mudanças permitiram convencer Cameron a entrar na campanha a favor da permanência.

 

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