Notícia
Luís Amaral: "Não acredito que vá haver Brexit"
O gestor português que lidera o grupo polaco Eurocash, Luís Amaral, desconfia que a aversão ao risco fará o Reino Unido permanecer na União Europeia. Mas a saída até poderia ajudar a acordar a Europa, diz.
Luís Amaral, CEO e dono de 44% da distribuidora polaca Eurocash, começa por salvaguardar que em matéria de prognósticos para o resultado do referendo desta quinta-feira, 23 de Junho, sobre a saída ou permanência do Reino Unido na União Europeia, não tem "melhor opinião do que qualquer outro economista" - "acho que é bruxaria. Ninguém sabe o que vai acontecer" realmente, diz.
Ainda assim, o investidor que esta terça-feira esteve em Lisboa para receber o "Prémio Carreira 2016" da Universidade Católica Portuguesa, onde se formou em 1984, admite: "Pessoalmente, não acredito que vá haver Brexit".
"Eu preferia que eles ficassem - mas não vejo que seja o fim do mundo eles saírem", salvaguarda, contudo. Se houver saída, "até acho que pode ser um pontapé na Europa, que a Europa está a precisar para se modernizar", argumenta. O continente europeu, nomeadamente o comunitário, "continua a ser uma terra de burocratas", acredita - "e os ingleses, nisso, são menos burocratas do que nós".
"Mas mesmo que haja [saída do Reino Unido da UE], ninguém sabe o verdadeiro custo, nem a verdadeira consequência" dessa reacção, "porque o risco é de tal forma grande", que "é mesmo imprevisível", salvaguarda o gestor português que há 20 anos investe na Polónia e que desde 2015 é dono de 10% da anglo-polaca Stock Spiritis.
Permanecer na UE não tem risco, mas "não quer dizer que seja melhor" - "só que não há risco, e normalmente as pessoas são avessas ao risco", conclui Luís Amaral.