Os presidentes do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, e da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, firmaram na manhã desta sexta-feira, 24 de janeiro, o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. Agora fica a faltar apenas a ratificação pelo Parlamento Europeu.

Através do Twitter, Michel assume que "as coisas vão inevitavelmente mudar", porém assegura que a amizade mútua vai "prevalecer". "Começamos um novo capítulo enquanto parceiros e aliados", conclui o ex-primeiro-ministro belga.

Esta formalização acontece depois de ontem o comité de assuntos constitucionais do Parlamento Europeu ter dado luz verde ao acordo de saída (23 votos a favor e três contra) negociado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com Bruxelas. Também esta quinta-feira, a rainha Isabel II promulgou a legislação que enquadra legalmente o Brexit, isto após a câmara alta do parlamento britânico (Câmara dos Lordes) ter aprovado o acordo alternativo que Johnson acordou com os líderes europeus.

Today I signed the UK Withdrawal Agreement for the EU together with @vonderleyen

Things will inevitably change but our friendship will remain. We start a new chapter as partners and allies.

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Hâte d’écrire ensemble cette nouvelle page. pic.twitter.com/a7zmGeBwZS

— Charles Michel (@eucopresident) January 24, 2020

Agora falta ainda a ratificação do acordo de saída pelo Parlamento Europeu, o que vai acontecer já na próxima semana, presumivelmente a 29 de janeiro.

Depois, às 23:00 de 31 de janeiro consuma-se a saída britânica do bloco europeu, tendo início, em simultâneo, um período de transição (até 31 de dezembro de 2020) em que as duas partes vão tentar negociar um acordo comercial bilateral, intervalo de tempo durante o qual o Reino Unido permanece alinhado às regras europeias e dentro do mercado único e da união aduaneira, embora já sem direito de voto nas instituições comunitárias. 

.@eucopresident Charles Michel and I have just signed the Agreement on the Withdrawal of the UK from the EU, opening the way for its ratification by the European Parliament. pic.twitter.com/rEqnUnJA2E

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— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) January 24, 2020

Apesar de Von der Leyen já ter mostrado disponibilidade para prolongar a transição para lá de 2020 tendo em conta a complexidade da negociação de um acordo sobre a relação futura, que não começará antes do final de fevereiro ou início de março, Boris Johnson já assegurou que não haverá qualquer prolongamento e que os cerca de 10 meses à disposição bastam para fechar um entendimento. 

A equipa comunitária responsável por conduzir essas negociações com Londres, e que continuará a ser chefiada por Michel Barnier, só receberá o mandato de Bruxelas para encetar conversações com o governo britânico a 25 de fevereiro.