As palavras dos dirigentes europeus no final do Conselho Europeu que decorreu nos dois últimos dias em Bruxelas foram de confiança. Na conferência de imprensa de encerramento da cimeira, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, assegurou que, depois de terem sido discutidas as actuais condições económicas da União Europeia (UE), se pode concluir que "a recuperação económica da Zona Euro está a caminho".

Tendo em conta as perspectivas económicas para 2015 feitas em Dezembro último, Juncker é peremptório ao avaliar que "as perspectivas melhoraram claramente". O político luxemburguês que perante a desvalorização do preço do petróleo e do valor do euro, "estão reunidas as condições para avançar".

Relativamente à situação na Grécia, que apesar de não ter sido um tema central neste Conselho Europeus acabou por ser discutida, na última madrugada, à margem da cimeira europeia, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, notou uma "troca de informações construtiva".

O encontro entre os líderes da Grécia, Alemanha e França, e ainda os presidentes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Eurogrupo, Tusk explicou que esta "não era uma reunião para tomar decisões mas para avaliar" a actual situação grega. "Estamos comprometidos com o acordo de 20 de Fevereiro", reiterou Donald Tusk que diz ser necessário "acelerar o processo" de reformas no país.

O antigo primeiro-ministro polaco admitiu estar "hoje mais optimista face a um trabalho conjunto" entre Bruxelas e Atenas, que possa tornar a cooperação "mais realista e frutuosa".  

Outro tema a marcar a actualidade europeia prende-se com o clima de campanha eleitoral que já se vive no Reino Unido, que terá legislativas já em Maio. O primeiro-ministro David Cameron voltou a dizer que pretende, caso veja o seu mandato renovado, renegociar a posição britânica no seio da União Europeia.

Instados a comentar a posição de Cameron, Juncker limitou-se a dizer que não pretende "intervir na campanha interna britânica", mas Tusk, apesar de não ter fugido a lugares comuns, foi um pouco mais longe. "Quero ajudar a encontrar uma solução que responda às preocupações do Reino Unido", disse o político polaco salvaguardando, porém, a necessidade de qualquer tipo de alteração ter de ser feita "de acordo com os actuais tratados".