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Itália é o país com maiores desequilíbrios macroeconómicos. Governo fala em TGV

Na próxima quinta-feira, o BCE publica um boletim económico relacionado com as recomendações da Comissão Europeia aos estados-membros feita em Maio. Excluindo a Grécia, a Itália é o país com maiores desequilíbrios macroeconómicos.

Reuters
06 de Agosto de 2018 às 12:56
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A Itália é o país-membro da Zona Euro com maiores desequilíbrios macroeconómicos, excepção feita à Grécia que permanece ao abrigo do programa de assistência financeira até Agosto. Assim, o país continua, junto a Chipre, sob vigilância especial de Bruxelas.


Esta segunda-feira, 6 de Agosto, o Banco Central Europeu (BCE) publicou no respectivo site um texto em que antecipa a divulgação, na quinta-feira, do boletim económico da instituição e que faz uma análise às recomendações aos Estados-membros da União Europeia feita pela Comissão Europeia.

Entre áreas tidas em conta na avaliação dos desequilíbrios macroeconómicos (estrutura orçamental, condições gerais de conjuntura, mercado de trabalho e mercado de bens), a rubrica que mais penaliza Roma prende-se com a elevada dívida pública do país, ma segunda mais alta dos países do euro logo atrás da Grécia.

Em Março, a Comissão Europeia já alertava que "a elevada dívida pública da Itália continua a ser um importante travão ao crescimento económico e deixa o país mais vulnerável a choques".

Tanto o BCE como a Comissão consideram que Itália deveria aproveitar o actual momento de crescimento económico e de baixos custos de financiamento (juros em mínimos históricos) para robustecer o crescimento potencial da economia transalpina e assegurar uma almofada financeira capaz de amortecer impactos advindos de uma eventual crise.

Em jeito de comentário às recomendações feitas pela Comissão Europeia, o BCE sinaliza a importância de assegurar a sustentabilidade do sistema de pensões transalpino, bem como de reduzir a despesa pública e lutar contra a evasão fiscal.

 

Governo dividido sobre grandes obras

Apesar dos sinais de unidade que o governo de coligação entre 5 Estrelas e Liga tentaram passar na semana passada quando aos objectivos que vão constar do próximo Orçamento do Estado, o Executivo surge agora dividido quanto às prioridades de Roma referentes às grandes obras públicas.

O líder da Liga e ministro do Interior, Matteo Salvini defendeu este domingo que o país deve continuar a "andar em frente" e, como tal, apostar no alargamento da rede de comboios de alta-velocidade.

Em resposta, o ministro do Desenvolvimento e líder do 5 Estrelas, Luigi Di Maio, excluiu, pelo menos para já, avançar nesse sentido considerando um erro avançar para um investimento de "10 mil milhões de euros num país em que faltam autocarros, estradas e metros".

Mesmo assim, Di Maio mostrou-se confiante de que será alcançado um compromisso no seio do governo chefiado por Giuseppe Conte. Seja como for, Di Maio e Salvini mostram-se alinhados quanto às medidas-bandeira do próximo documento orçamental e ao espírito do mesmo.

Ambos querem cumprir as regras europeias, nomeadamente o défice inferior a 3% do PIB, contudo se a escolha tiver de ser feita entre o cumprimento das metas de Bruxelas e garantir apoio às famílias italianas, prevalecerá o segundo objectivo.

Nesse sentido, medidas como o rendimento de cidadania, a redução de impostos (IRC e IRS) e a reforma ao sistema de pensões (tornando-o mais favorável aos pensionistas) – políticas que representam um importante acréscimo na despesa ou que diminuem a receita – são para avançar, mesmo que limitadas na sua ambição.

"As nossas prioridades são os cidadãos e as suas necessidades", resumiu Di Maio em entrevista hoje concedida à RAI.

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