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Governo português diz que resultado eleitoral na Holanda é "muito encorajador"

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje que o resultado eleitoral na Holanda é "muito encorajador", destacando que foi "clamorosamente derrotada" a força que propunha "romper com a União Europeia e o seu modelo democrático e social".

Bruno Simão
16 de Março de 2017 às 09:21
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"A força que claramente exprime a vontade de romper com a União Europeia e, sobretudo, de romper com o modelo económico e social que subjaz à União Europeia, que era o partido do senhor Wilders, foi clamorosamente derrotada", afirmou hoje à Lusa Augusto Santos Silva.

 

O Partido da Liberdade (PVV, extrema-direita), liderado por Geert Wilders, deverá ter conquistado 20 dos 150 assentos no parlamento holandês.

 

"É mesmo uma escassa minoria no parlamento, como foi uma escassa minoria dos cidadãos holandeses que votaram nessa força", afirmou.

 

Antes, Santos Silva desejou uma "boa continuidade" ao partido vencedor das legislativas desta quarta-feira na Holanda -- Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, de direita) -, cujo líder é o actual primeiro-ministro, Mark Rutte, que se prepara para formar o seu terceiro Governo.

 

"Ao longo dos mandatos de Mark Rutte, temos tido muito boas relações", comentou o chefe da diplomacia portuguesa.

 

PSD fala de derrota dos populismos

 

O PSD considerou hoje que a reeleição de Mark Rutte nas eleições legislativas de quarta-feira na Holanda foi uma derrota dos populismos e extremismos, mas também uma vitória das forças políticas pró-europeias e da moderação política.

 

Em declarações hoje à agência Lusa, o vice-presidente da bancada do PSD, Miguel Morgado, disse que esta "foi uma vitória das forças políticas pró-europeias e da moderação politica".

 

"Nesse sentido temos sempre de saudar e respeitar a decisão soberana do povo holandês, mas temos de saudar também que esta foi uma derrota dos populismos e dos extremismos e a Europa precisa da Holanda como parceira, como tem sido ao longo destas últimas décadas, para levarmos a cabo as reformas que a União Europeia precisa", sublinhou.

 

No entender de Miguel Morgado, a derrota dos populismos e extremismos de esquerda e de direita têm de ser continuadas no debate político, no debate das ideias e na defesa e promoção dos valores das democracias europeias assentes em economias sociais de mercado.

 

"Esse é um trabalho que tem de continuar na Holanda e fora da Holanda", frisou. O vice-presidente da bancada do PSD destacou também a importância dos resultados eleitorais na Holanda para Portugal.

 

"É importante para Portugal como membro da União Europeia e que precisa que as instituições europeias, os mecanismos europeus, sejam reformados no âmbito da união económica monetária, no aprofundamento do mercado único", disse.

 

Segundo Miguel Morgado, é importante que a Holanda, que é um membro fundador da União Europeia e que tem acompanhado sempre o processo de integração europeia, possa ter um governo que defenda os valores europeus da sociedade tolerante, da sociedade aberta, da economia social de mercado.

 

Marisa Matias diz que subida da extrema-direita é má notícia para a Europa

 

A eurodeputada Marisa Matias considerou hoje que os resultados das eleições na Holanda confirmam a crise dos sistemas políticos, sublinhou o "trambolhão" dos trabalhistas e disse que a subida da extrema-direita é uma má notícia.

 

Para a eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda, os resultados das eleições de quarta-feira na Holanda, que ditaram a vitória do partido VVD liderado pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, "confirma o que vem sendo a tendência em vários países, com a crise do sistema político e dos partidos tradicionais que têm dominado a cena política europeia".

 

"Há a vitória dos liberais e há um trambolhão da social-democracia, que paga um preço enorme por ter governado com os liberais de direita, e também dos próprios liberais de direita, que diminuem os votos e os lugares", acrescentou, em declarações à Lusa.

 

"Vai ser difícil formar Governo, mas já era previsível", afirmou Marisa Matias, frisando: "é uma boa notícia Wilders [candidato da extrema direita] não ter ganhado as eleições, mas ficou em segundo lugar. Não é uma boa notícia quando apesar de tudo a extrema-direita ganha lugares".

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