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Gentiloni: guerra "vai pesar significativamente no crescimento, mas não vai pará-lo"

O comissário para a Economia assegurou que, por enquanto, Bruxelas não espera que a recuperação económica da União Europeia seja interrompida, mas assumiu que vai enfraquecer.

Paolo Gentiloni tem sublinhado os progressos da economia portuguesa na recuperação da crise pandémica.
Julien Warnand/Reuters
02 de Março de 2022 às 12:51
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O comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, assumiu esta quarta-feira que a invasão russa da Ucrânia, e as sanções decididas para tentar travar o conflito, vão "pesar significativamente" nas economias europeias. Ainda assim, manteve que as previsões atuais indicam que o crescimento não vai ser completamente eliminado. Seja como for, e tendo em conta a incerteza, a Comissão congelou a regra de redução da dívida para 2023 e prometeu reavaliar a situação na primavera.

A crise provocada pela agressão militar da Rússia à Ucrânia "vai enfraquecer o nosso crescimento", assumiu Paolo Gentiloni, em conferência de imprensa. "Mas isso é diferente de dizer que vai estrangulá-lo, pará-lo. O que esperamos é ter consequências, mas não uma reversão completa da nossa expansão e recuperação", explicou admitindo, ainda assim, que é precisa uma monitorização constante da situação.

Nem Paolo Gentiloni, nem o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, também presente na conferência de imprensa, quiseram antecipar quaisquer medidas de apoio que poderão ser acionadas para ajudar os países mais afetados por esta crise. Mas admitiram a possibilidade de respostas extraordinárias. "Será que temos respostas extraordinárias para uma crise extraordinária? Tratar-se-á sempre de reforçar a nossa resposta comum e não de mudar" o que já está em curso, com os programas de recuperação e resiliência, disse apenas Gentiloni.

O comissário para a Economia assumiu que "a invasão russa da Ucrânia vai provavelmente impactar negativamente o crescimento da UE, incluindo através de repercussões nos mercados financeiros, através de mais pressões nos preços da energia, estrangulamentos mais persistentes nas cadeias de fornecimento e efeitos na confiança". 

Nos últimos dias surgiram rumores sobre a possibilidade de a Comissão criar um mecanismo semelhante ao SURE, que permitiu apoiar os Estados-membros na resposta ao nível do mercado de trabalho durante a pandemia, mas desta vez para ajudar a responder aos custos provocados pela crise gerada pela guerra.

Porém, nenhum dos responsáveis quis comentar esta hipótese, remetendo para mais tarde e sublinhando que, seja como for, durante este ano a válvula de escape das regras está ativada, o que permite aos países responder conforme as necessidades.

Para o próximo ano, a mensagem foi de flexibilidade para ajustar o rumo às necessidades, uma garantia de reavaliação do regresso das regras em 2023, a certeza do congelamento da regra de redução rápida da dívida, e uma promessa de orientações apenas qualitativas para 2023, sem a abertura de nenhum procedimento por défice excessivo nesta primavera.
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