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Eurodeputados votam von der Leyen para presidente da Comissão na terça-feira. Verdes votam contra

O Parlamento Europeu vai decidir na próxima terça-feira se confirma a nomeação de Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia. Os Verdes já anunciaram que votam contra.

Clemens Bilan/EPA
11 de Julho de 2019 às 11:00
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O Conselho Europeu decidiu nomear Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, mas a ministra alemã da Defesa só fica com o cargo se os eurodeputados aprovarem. Na próxima terça-feira, 16 de julho, o Parlamento Europeu (PE) vai votar e já se sabe que os Verdes chumbam o nome proposto pelos chefes de Estado dos Estados-membros.

O anúncio foi feito esta quinta-feira, 11 de julho, pelo porta-voz do Parlamento Europeu, Jaume Duch: "A conferência dos presidentes do Parlamento Europeu decidiu que o discurso de Ursula von der Leyen irá acontecer na próxima terça-feira às 9h da manhã [hora de Bruxelas]. O debate decorre até às 12h30. O voto para a eleição do presidente da Comissão está agendado para o mesmo dia às 18h", revelou no Twitter. 

Esta semana a alemã tem estado em conversações com os grupos parlamentares de forma a tentar construir uma maioria que permita a sua nomeação. O seu nome faz parte de um acordo negociado no Conselho Europeu entre o Partido Popular Europeu (PPE), os Socialistas & Democratas (S&D) e pelos liberais (Renew Europe), os quais perfazem uma maioria no Parlamento Europeu (é preciso metade dos votos mais um para a nomeação ser aprovada, o que equivale a 376 eurodeputados).

Contudo, os eurodeputados socialistas alemães (os terceiros com mais peso no S&D) terão resistência em aprovar von der Leyen e pode haver dissidentes noutros partidos, o que dificultaria a composição de uma forte maioria.

Ontem, após a reunião com a nomeada, os liberais não garantiram o seu voto a favor, remetendo uma decisão para mais tarde. O grupo, do qual faz parte o partido do presidente francês Emmanuel Macron, quer uma vice-presidência para Margrethe Vestager, a atual comissária para a Concorrência e ex-candidata à presidência da Comissão, a par do lugar reservada para Frans Timmersmans, o candidato socialista.

Um dos anúncios feitos pela alemã na audição com os liberais foi que, caso seja aprovada, pedirá aos chefes de Estado dois nomes para os comissários que nomeiam, de forma a garantir que no final há paridade (50%/50%) entre homens e mulheres. Além disso, revelou que é favorável ao prolongamento do Brexit de forma a evitar um cenário de não acordo e também quer ser mais ambiciosa nas metas de redução das emissões de carbono.

Ontem, Paulo Rangel (PSD), vice-presidente do PPE (a família política da alemã), admitiu que existe o risco do PE chumbar, tendo defendido um adiamento da votação para setembro. "Sempre o disse desde o primeiro minuto em que ficou certo que a nomeada seria Ursula von der Leyen, não estranharia que pudesse haver um adiamento e que ele fosse saudável no sentido de poder haver essa plataforma de entendimento com os vários grupos", afirmou em declarações à Lusa.

Já os Verdes, que ganharam peso e são agora o quarto maior grupo parlamentar, anunciaram que vão votar contra a ida de Ursula von der Leyen para a liderança da Comissão. Além de criticaram a falta de democracia por esta não ser uma das candidatas principais dos partidos europeus (spitzenkandidaten), o grupo europeu a que pertence o PAN disseram que a reunião foi "decepcionante" por não ter havido propostas "concretas" sobre as alterações climáticas ou o estado de direito.

Por outro lado, há a possibilidade dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que são o sexto maior grupo (e é onde está o Partido Conservador britânico e o eurocético polaco Lei e Justiça (PiS), votarem favoravelmente. "Julgo que os conservadores estarão abertos a um apoio, embora não sejam entusiastas", revelou Rangel ontem. 

Caso Ursula von der Leyen não considera a aprovação, o Conselho Europeu terá de apresentar um novo nome até 30 dias depois. O próximo executivo comunitário deverá entrar em funções a 1 de novembro.
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