O ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos, afirmou esta segunda-feira, 15 de Dezembro, que a recuperação espanhola superará as previsões de crescimento de 2% do Governo de Mariano Rajoy no próximo ano. Para Guindos as estimativas oficiais têm sido "moderadas".

Em conferência realizada durante a inauguração de um foro organizado pela Pimco e pelo jornal El Confidencial, Luis de Guindos, explicou que a economia espanhola demonstrou uma mudança "muito importante" nos últimos seis trimestres, "uma mudança fundamental" acrescentou, que revela que Espanha está "a consolidar a sua recuperação".  

Segundo o ministro espanhol da Economia, existem sinais que explicam a melhoria da economia, como o facto de Espanha estar a ganhar competitividade no mercado laboral e continuar a registar dados positivos. Por outro lado, salienta Guindos, a banca tem começado a dar crédito imobiliário e para o investimento na construção, um sector que não registava crescimento desde o início da crise em 2008.

Segundo Luis de Guindos, "os planetas têm-se alinhado", expressando assim a natureza extraordinária da situação que está a viver o país vizinho. Não obstante, o ministro advertiu que ainda existem ameaças, entre estas, as de carácter político, numa alusão ao fenómeno político de Podemos. Neste contexto,Guindos sublinhou que a sociedade espanhola "é mais madura do que às vezes pode parecer" e que as sondagens realizadas há algumas semanas apenas reflectem a apreensão generalizada pela crise.

Além das razões internas que explicam esta melhoria da economia espanhola, o próprio ministro reconheceu que as medidas do Banco Central Europeu (BCE) – que permitem às entidades financeiras emprestar mais às empresas- e a queda do preço do petróleo, também têm ajudado a esta mudança. Outra derivada importante é a queda do valor da moeda única, a descida do euro tem ajudado as exportações espanholas.

No que respeita ao petróleo, Guindos estimou que se a queda do preço se mantiver, a poupança para Espanha poderá representar até 10.000 milhões de euros. Um estímulo que ajudará a que as famílias espanholas poupem mais e que as empresas reduzam as despesas, especialmente as PME (pequenas e médias empresas).

O ministro espanhol da Economia, também se referiu à Grécia, da qual espera mais estabilidade para os próximos meses e que acabe por cumprir com os seus compromissos com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).