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Elisa Ferreira tem garantida pasta financeira na próxima Comissão Europeia
A ainda vice-governadora do Banco de Portugal vai tutelar uma pasta na área financeira quando tomar posse como comissária europeia, apurou o Negócios. Esta terça-feira será anunciada a distribuição de pastas pelos comissários entretanto já anunciados.
A socialista Elisa Ferreira vai ser responsável por uma pasta na área financeira, apurou o Negócios sem, no entanto, conseguir confirmar se a portuguesa ficará com os almejados fundos estruturais.
Apesar de todas as capitais já conhecerem o dossier que ficará a cargo de cada comissário proposto pelos Estados-membros da União Europeia, a distribuição final de pastas permanece no segredo dos deuses, o que adensa os rumores em Bruxelas acerca das escolhas feitas pela presidente eleita da próxima Comissão Europeia, a alemã Ursula Von der Leyen.
O primeiro-ministro, António Costa, tem reiterado, nas últimas semanas, que a ainda vice-governadora do Banco de Portugal terá uma pasta "importante" e correspondente aos "interesses" de Portugal na UE. Funções adequadas ao seu perfil de economista, garantiu ainda o líder do PS.
Correspondendo à pretensão de Von der Leyen constituir uma Comissão paritária, Costa propôs dois nomes à ex-ministra alemã da Defesa: o de Elisa Ferreira, inicialmente pensado para uma área económica (o Público noticiou que António Costa pediu a pasta de Economia e Finanças atualmente detida pelo francês Pierre Moscovici), solicitação assente nos créditos firmados como eurodeputada na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu; e o de Pedro Marques, apontado à Política Regional (que inclui a gestão dos fundos comunitários).
O enorme secretismo em torno do processo faz com que, sabe o Negócios, os próprios comissários já conheçam as pastas que ficarão a seu cargo mas desconheçam a estrutura completa da próxima Comissão Europeia. Ou seja, sabem em que área serão comissários mas desconhecem a fotografia geral.
De acordo com os organigramas que circulam em documentos avulsos em Bruxelas, e citados por diversas fontes ao Negócios, Elisa Ferreira surge em pelo menos dois como próxima comissária da política regional. Uma possibilidade adicional que esteve em cima da mesa – e que poderá, ou não, concretizar-se - passava por Elisa Ferreira acumular a gestão do Plano Juncker com os fundos comunitários.
Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade (a cargo do vice-presidente Jyrki Katainen), Orçamento e Recursos Humanos (tutelada por Günther Oettinger) ou Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União do Mercado de Capitais (desde 2016 sob alçada do vice-presidente Valdis Dombrovskis) serão as outras hipóteses.
Esta segunda-feira, a Comissão Europeia divulgou a lista provisória dos comissários que vão integrar a equipa de Von der Leyen, deixando para a manhã desta terça-feira (às 11:00 de Lisboa) a concretização das funções que caberão a cada comissário.
Como o Reino Unido não indicou nenhum comissário, dado estar ainda prevista para 31 de outubro a saída britânica do bloco europeu, serão 26 os comissários europeus a juntar à presidente eleita alemã.
A equipa final terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu, decisão que será conhecida a 22 de outubro, para depois e em caso de validação ser finalmente aprovada pelo Conselho Europeu de forma a começar a trabalhar a partir de 1 de novembro. Se o Brexit for novamente adiado, a Comissão de Von der Leyen poderá não conseguir tomar posse até que Londres aponte um comissário.
The draft list of Commissioners-designate.
President-elect Ursula @vonderleyen gave her agreement.
The @EUCouncil must now adopt it and the @Europarl_EN must then give its consent to the entire College.
Learn more → https://t.co/WlPKYCAyw3 pic.twitter.com/hxP9qqfcSw — European Commission (@EU_Commission) September 9, 2019