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Costa rejeita competição com previsões "desajustadas" da Comissão Europeia

O primeiro-ministro disse hoje não estar "numa competição" com a Comissão Europeia relativamente às estimativas para o défice e para o crescimento económico, mas considerou que estão "desajustadas" face aos resultados alcançados.

Reuters
09 de Novembro de 2018 às 14:44
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"Quem tem um modelo de previsões que não está ajustado, sistematicamente produz resultados não ajustados à realidade", respondeu António Costa, em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre as estimativas da Comissão Europeia, que divergem das do Governo, após uma visita ao Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos e Amoreira, no Bombarral.

 

Apesar de garantir não estar "numa competição com a Comissão", o chefe do Governo português lembrou que Bruxelas falhou sempre as previsões relativamente ao crescimento, ao défice e ao emprego.

 

"Previram sempre menos crescimento do que aquilo que crescemos, menos emprego do que crescemos, mais défice do que aquilo que tivemos. O prazer particular que temos é demonstrar sempre que as nossas previsões estão certas, porque queremos continuar a crescer mais, a ter cada vez menos desemprego e ter cada vez um défice mais reduzido", acentuou.

 

Na sua conta do Twitter, o primeiro-ministro comparou hoje as previsões da Comissão Europeia com os resultados económicos alcançados em 2016 e 2017 em termos de Produto Interno Bruto (PIB), défice orçamental e desemprego para mostrar que Bruxelas tem errado nas suas estimativas. 

 

Confrontado pelos jornalistas sobre as posições do Presidente norte-americano, Donald Trump, e as suas próprias no Twitter, Costa respondeu que o seu "é um 'tweet' sereno que chama a atenção" para a diferença entre estimativas e resultados.

 

De acordo com os dados de António Costa no Twitter, em 2016, em termos o PIB, as previsões da Comissão divulgadas no início de 2015 apontavam para um crescimento de 1,7% e os números reais foram mais positivos, tendo-se registado um crescimento de 1,9%, e o mesmo se verificou em 2017 (1,8% de previsão e 2,8% de crescimento realmente alcançado).

 

Quanto aos dados do desemprego, as previsões de Bruxelas também ficaram aquém. A taxa de desemprego foi em 2016 de 11,1% enquanto as previsões eram de 11,7%. Em 2017 a previsão de desemprego foi de 10,8% e o número real foi de 8,9%.

 

O mesmo sucedeu quanto aos valores do défice orçamental: em 2016 a previsão da Comissão Europeia apontavam para 2,9% e na realidade o número ficou em 2%.

 

Para 2017, a Comissão Europeia previa um défice de 3,5% do PIB e no quadro apresentado pelo primeiro-ministro é colocado um valor real do défice de 0,9% do PIB. No entanto, o valor apresentado por António Costa não leva em conta a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) pois caso o fizesse, então, o valor do défice seria de 3% do PIB.

 

Quanto aos anos de 2018 e 2019, o quadro apresentado pelo primeiro-ministro compara as previsões da Comissão Europeia com as do Ministério das Finanças, não sendo ainda possível fazer prova de quais irão ficar mais próximas da realidade.

 

A informação do chefe do executivo português surge um dia depois de a Comissão Europeia estimar um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa, para 2,2% este ano e 1,8% no próximo, abaixo das previsões do Governo, cujas estimativas são respetivamente de 2,3% e 2,2%.

 

A Comissão Europeia estima também que o défice português recuará uma décima entre este ano e o próximo, antecipando um valor de 0,6% do PIB para 2019, acima das previsões do Governo, que apontam para um défice de 0,2% em 2019 e de 0,7% em 2018.

 

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