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Corbyn perde número dois a um mês das eleições e Brexit pode ter sido a razão
Os trabalhistas continuam a dar sinais de desunião quando falta pouco mais do que um mês para as eleições antecipadas agendadas para 12 de dezembro. A divisão assente sobretudo entre aqueles que, como o líder Corbyn, defendem uma posição neutra sobre o Brexit e quem advoga a permanência na UE.
O número dois do secretário-geral do Labour, Tom Watson, anunciou, na noite desta quarta-feira, que vai deixar a vice-liderança dos trabalhistas, abandonando assim as lides políticas em que esteve envolvido nos últimos 35 anos.
Watson justificou a saída de deputado depois das eleições gerais antecipadas para 12 de dezembro com razões "pessoais e não políticas" e por querer adotar um estilo diferente de vida.
O secretário-geral trabalhista, Jeremy Corbyn, agradeceu os serviços prestados pelo seu camarada, dizendo "respeitar" uma decisão tomada a pensar nos seus melhores interesses e da respetiva família.
Apesar de partilharem a liderança do partido, Watson e Corbyn surgiram diversas vezes de costas voltadas, com o primeiro a considerar não ser tido em conta na adoção de decisões mais relevantes, designadamente no que concerne ao processo do Brexit.
Esta divisão espelha precisamente aquela que é a atual maior cisão no seio do Labour, um partido dividido entre os militantes que tal como Corbyn defendem uma posição de neutralidade no Brexit e a realização de um novo referendo e aqueles que preferiam que os trabalhistas defendessem abertamente a permanência na União Europeia, os quais representam, em grande medida, a base dos trabalhistas.
Corbyn concretizou finalmente, no início da semana, qual a posição oficial dos trabalhistas relativamente à saída britânica do bloco europeu.
O líder trabalhista garante que, se for primeiro-ministro, vai renegociar, durante um período de até três meses, um acordo de saída com Bruxelas, o qual depois pretende levar a nova consulta popular.
Por sua vez, o líder dos conservadores e primeiro-ministro, Boris Johnson, assegura que se for eleito chefe do governo britânico vai concretizar o Brexit até à data prevista de 31 de janeiro.