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Conversações do Brexit devem ser retomadas com objetivo de acordo em novembro

Três fontes envolvidas nas negociações do Brexit, citadas pela Bloomberg, garantem que as conversações formais entre a União Europeia e o Reino Unido deverão ser retomadas com a meta de alcançar um acordo de parceria até meados de novembro. Uma decisão oficial deve ser tomada nas próximas 24 horas.

Boris Johnson começou por desvalorizar o perigo do novo coronavírus, mas mudou de discurso depois de ter sido infetado. O residente no número 10 de Downing Street foi internado de urgência num hospital a 6 de Abril com a vida em perigo e sobreviveu graças à diligência do pessoal médico, como foi exemplo o enfermeiro português Luís Pitarma.
Neil Hall
21 de Outubro de 2020 às 15:40
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A União Europeia e o Reino Unido deverão retomar em breve negociações formais para tentarem fechar, até meados de novembro, um acordo de parceria política e económica, avança a Bloomberg com base em três fontes envolvidas no processo. 

Ainda de acordo com a agência noticiosa, a decisão oficial sobre o reinício da discussão formal deverá ser tomada nas próximas 24 horas, com a Bloomberg a dar conta de que os últimos contactos mantidos entre as partes foram encarados como positivos pelos dois lados da negociação. Uma vez tomada a decisão, as equipas negociais estão preparadas para de imediato prosseguir o diálogo bilateral.

Em reação a esta notícia, a libra apreciou para máximos de um mês nos mercados cambiais, seguindo agora a valorizar acima de 1% contra o euro. 

Os líderes das equipas de negociação, David Frost pelo Reino Unido e Michel Barnier pela UEl, vão conversar ao final do dia desta quarta-feira, isto depois de terem também dialogado informalmente nos dois últimos dias, sendo que nenhuma decisão final sobre o regresso à mesa de negociações será adotada antes dessa conversa.

Note-se que a última ronda formal de conversações foi concluída na última semana sem registo de avanços suficientes para quebrar o impasse persistente, o que levou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a anunciar que o Reino Unido iria acelerar os preparativos para um cenário de não acordo

O governo britânico exigiu uma "mudança radical" na abordagem adotada pela UE nas negociações como moeda de troca para o retomar do diálogo. Londres pretende que Bruxelas ceda sobretudo ao nível da concorrência (o chamado "level playing field), das pescas e do mecanismo de resolução de disputas.

Na segunda-feira, através do Twitter, Michel Barnier deu conta de que a União estaria em condições de aprofundar as discussões "em todos os temas", incluindo nos "textos jurídicos" que terão de servir de base ao pretendido acordo comercial. A sinalização, feita pela primeira vez por Barnier, da disponibilidade para começar a trabalhar em cima de um esboço de tratado foi bem recebida por Londres, que há várias semanas mostrava descontentamento por considerar que a intransigência comunitária em avançar era indicativa de má-vontade negoical.

Já na manhã desta quarta-feira, num discurso feito no Parlamento Europeu quando dava conta do ponto de situação das negociações do Brexit, o francês Michel Barnier correspondeu a três das exigências britânicas: Reiterou a vontade europeia de começar a trabalhar na redação de um tratado; admitiu que os pressupostos da UE para o diálogo com Londres são compatíveis com a intenção britânica de que fique claro que o reconhecimento da sua soberania é crucial; e sinalizou total disponibilidade da União para fechar um compromisso.

Avanço visto com cautela
Esta melhoria verificada ao nível da predisposição para negociar não significa, contudo, que tenham sido conseguidos avanços concretos, em particular nas questões que mais contribuem para um impasse que se arrasta há longos meses, designadamente no acesso da UE às águas britânicas (pescas) e na garantia de condições concorrenciais justas ("level playing field").

Do lado europeu, mantém-se a ideia de que há vontade de chegar a um entendimento, mas não a "qualquer preço". Do lado de Londres, as autoridades insistem que a UE tem arrastado as negociações de modo a que, pressionado pelo tempo e pela ameaça de precipício a partir de 1 de janeiro próximo, o Reino Unido acabe por ceder.

Nesta altura está em vigor o período de transição iniciado com a saída formal britânica da UE (Brexit) e que termina a 31 de dezembro. Durante esta fase, o Reino Unido continua a cumprir as regras comunitárias na medida em que permanece inserido na união aduaneira e no mercado único, embora já sem representação nas instituições comunitárias. Sem um acordo ratificado pelo Reino Unido e pelos 27 Estados-membros da UE, as trocas comerciais entre os dois blocos passam a ser reguladas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). 

(Notícia atualizada)

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