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Conselho Europeu "mais optimista" quanto a acordo para britânicos não saírem da UE

O presidente do Conselho Europeu disse estar "mais optimista" quanto a um compromisso com o Reino Unido, no contexto do denominado 'Brexit', o referendo que irá determinar a permanência ou não do país na União Europeia.

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18 de Dezembro de 2015 às 00:38
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Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, saudou esta noite, na conferência de imprensa no final do primeiro de dois dias da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da UE, o "progresso significativo" alcançado na questão 'Brexit', por os Estados-membros "concordarem em trabalhar juntos".

 

Recorde-se que as quatro exigências do Reino Unido para não bater com a porta prendem-se com mais soberania, protecção do mercado único e blindagem contra custos do euro, menos benefícios para imigrantes e uma Europa focada na competitividade.

 

"É nossa intenção trabalhar em comum para encontrar uma solução para as quatro áreas" que o Reino Unido quer ver reformadas, afirmou Tusk, assumindo que, para "alguns Estados-membros, a questão dos benefícios sociais é a área mais difícil, mais delicada".

 

Em causa está a proposta de os cidadãos de outros Estados-membros receberem benefícios depois de quatro anos a viverem e trabalharem no Reino Unido. "Temos que respeitar o pedido, mas também respeitar as necessidades de alguns Estados-membros", resumiu o líder do Conselho Europeu, referindo que a colaboração para uma solução é o "trabalho que tem que se fazer desde hoje até à reunião do Conselho Europeu de Fevereiro".

 

Tusk reafirmou, porém, que o conselho e a comissão terão que ser "duros quanto a limites e valores fundamentais", garantindo que "não se irá desistir da liberdade de circulação e do princípio de não discriminação".

 

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, argumentou, por seu lado, que todas as quatro questões "são delicadas".

 

Já a embaixadora britânica em Portugal, Kirsty Hayes, disse em entrevista [publicada no dia 17 de Dezembro] ao Negócios que acredita que há condições para sair fumo branco de Bruxelas. Sobre as quatro exigências, reconheceu que o "timing" não tem sido o ideal, mas defendeu a importância das propostas. "Primeiro tivemos a crise da Grécia, depois a crise dos refugiados e agora também a crise do terrorismo em França e noutros países europeus. São temas obviamente muito importantes, o Reino Unido tem estado plenamente envolvido na sua resolução, mas isso não anula a importância das nossas propostas. Elas continuam a ser centrais para o povo britânico e para outros povos europeus. Se as deixássemos de parte estaríamos, em certa medida, a ceder ao próprio desejo de disrupção dos terroristas. E, ao mesmo tempo que temos todas estas crises, temos também uma crise de crescimento e é também sobre a dimensão da competitividade que queremos reformas na União Europeia", afirmou Kirsty Hayes.

 

Na cimeira desta quinta-feira, e sobre a questão das migrações, Tusk destacou a "falha na protecção das fronteiras externas" da UE, tendo adiantado contudo que "esta noite, estamos mais optimistas: todos os líderes concordaram em defender Schengen".

 

Tusk disse ainda que, até final de Junho de 2016, os 28 terão de tomar uma posição sobre a proposta de Bruxelas para a criação de uma guarda europeia costeira e fronteiriça, que poderá, excepcionalmente, intervir num Estado-membro sem que este dê aval.

 

Por seu lado, Juncker informou que o executivo comunitário fará durante o primeiro semestre de 2016 uma proposta para alterar o sistema de Dublin referente a asilo e um texto sobre migração legal.

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