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Comissário Gentiloni: "Chumbo do OE tem consequências na economia, obviamente"

"Só um marciano diria que não há riscos políticos" para as economias da União Europeia, afirmou o comissário Europeu para os Assuntos Económicos. Paolo Gentiloni falou depois do chumbo do orçamento português para afirmar que essas consequências são óbvias, só que não estão quantificadas nas previsões.

Reuters
11 de Novembro de 2021 às 12:10
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O comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos, Paolo Gentiloni, afirmou nesta quinta-feira, 11 de novembro, que o chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 tem consequências óbvias na economia portuguesa.

A Comissão Europeia apresentou as Previsões de Outono dos 27 Estados-membros, revendo em alta as previsões económicas para o conjunto da União Europeia, apontando para um crescimento de 5%, 4,3% e 2,5% em 2021, 2022 e 2023, respetivamente.

Em conferência de imprensa, Paolo Gentiloni foi questionado sobre se os riscos políticos que pendem sobre estas as economias da União Europeia foram incorporados nas previsões. "Só um marciano diria que não há riscos políticos", respondeu o comissário europeu, admitindo, ainda assim, que incluir esses efeitos nas previsões "é impossível".

Sem querer referir-se a países em concreto, Gentiloni deu o caso de Portugal (embora sem referir o país): "Um dos 27 apresentou uma proposta de orçamento que não passou, o Governo ficou em minoria. E a Comissão vai ter de avaliar o próximo projeto de orçamento, não aquele chumbado. Estes acontecimentos têm consequências na economia, obviamente", afirmou.

Ainda assim, o comissário afirmou que esses riscos "não podem ser incluídos nas previsões". Ou seja, e no que diz respeito a Portugal, Bruxelas reviu em alta as estimativas de crescimento económico, mas alertou para os riscos adicionais decorrentes do chumbo da proposta de Orçamento. Só que esses efeitos ainda não foram incorporados nas estimativas. 

A afirmação de Paolo Gentiloni vai em sentido contrário ao que afirmou hoje o Ministério das Finanças. Em comunicado para reagir às previsões da Comissão, o gabinete de João Leão usou a revisão em alta das estimativas para defender a proposta orçamental. Além de considerar que as estimativas estão "em linha" com as do Governo, para o ministro as previsões "mostram que a atual situação não está a ser percecionada como um risco para as metas previstas no cenário apresentado pelo Governo em outubro".
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