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Novela Eurogrupo: Dijsselbloem, Costa e Centeno. Um resumo dos principais episódios
Onze dias depois de Dijsselbloem ter gerado enorme polémica, Centeno surgiu como potencial candidato à presidência do Eurogrupo. "Para já" não, diz António Costa.
1 de Abril
Expresso noticia que Centeno foi "sondado" para o Eurogrupo - Mário Centeno é, segundo o Expresso, um dos nomes falados para substituir o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. Onze dias antes, o holandês tinha dito em entrevista que "eu não posso gastar o meu dinheiro todo em aguardente e mulheres e pedir-lhe de seguida a sua ajuda", gerando uma enorme polémica e pedidos de demissão, entre os quais o de António Costa que classificara as declarações de "xenófobas, racistas e sexistas". O semanário cita uma fonte governamental anónima e acrescenta que o Governo considera que, "para já", colocar Centeno na presidência do Eurogrupo "não é uma prioridade".
4 de Abril
Primeiro-ministro confirma possibilidade - Em entrevista à RR, Costa afirma que Centeno foi sondado para presidir ao Eurogrupo, sem revelar onde nem por quem, mas acrescenta que essa não é uma "prioridade", pelo menos "nesta fase". "Não temos como prioridade a candidatura do Dr. Mário Centeno" e "julgamos que nesta fase é útil" o ministro das Finanças "ter uma margem de liberdade maior". Volta a pedir a saída de Dijsselbloem, dizendo que este se mostrou "incapaz" de exercer as suas funções. Também antes, em 22 de Março, repetira esse pedido, dizendo que "numa Europa a sério o presidente do Eurogrupo já estava demitido".
7 de Abril
Dijsselbloem considera reacção de Portugal "chocante" - Dijsselbloem considera "chocante" a reacção de Portugal, referindo-se às palavras de António Costa. Fá-lo perante o secretário de Estado das Finanças e depois de Mourinho Félix lhe pedir que se retractasse. Perante câmaras de TV, à entrada da reunião do Eurogrupo em Malta, Mourinho diz: "Quero dizer-lhe que foi profundamente chocante aquilo que disse dos países que estiveram sob resgate e gostaríamos que pedisse desculpas perante os ministros e a imprensa." Resposta do holandês: "Eu vou dizer alguma coisa sobre isso, mas a reacção de Portugal também foi chocante. Não lhe vou exigir um pedido de desculpa, mas vou dizer alguma coisa."
10 de Abril
Dijsselbloem sublinha que Portugal não pediu demissão - Em entrevista a um jornal holandês, o presidente do Eurogrupo afirma que, ao contrário do que esperava, Mourinho Félix não pediu a sua demissão durante a reunião de Malta. "Esperava que o colega português pedisse a minha demissão, mas ele não o fez." Dijsselbloem garante também que nenhum ministro o fez e que recebeu "apoio activo e passivo" dos seus pares nesse encontro. Sobre a polémica frase, diz que "alguns consideraram que foi uma formulação infeliz. Outros disseram 'entendi exactamente o que você quis dizer'. Mas quase todos partilharam a minha mensagem sobre direitos e obrigações."
11 de Abril
Costa diz que saída do holandês "é uma questão de tempo" e admite apoiar De Guindos - Em entrevista ao El País, António Costa não pede mais a demissão, afirma que a saída de Dijsselbloem do Eurogrupo "é uma questão de tempo" (no máximo, concluirá o segundo mandato, em Janeiro de 2018) e admite apoiar Luis de Guindos, caso o ministro espanhol avance. O Público fala em "cortina de fumo": nota que o Madrid quer Guindos na vice-presidência do BCE e escreve que o Governo português ainda não recusou definitivamente a ideia de enviar Centeno para o Eurogrupo. Está à espera de evoluções na frente externa, designadamente do novo governo holandês e das eleições alemãs (Setembro).
12 de Abril de 2017 às 12:30