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Brexit: Governo britânico vai impor controlos aduaneiros nas importações da UE

O governo britânico alertou esta segunda-feira as empresas de que devem preparar-se para controlos aduaneiros nas fronteiras nos produtos que importem e exportem para a União Europeia (UE) a partir de 2021.

Michael Gove, ministro da Justiça
Bloomberg
10 de Fevereiro de 2020 às 19:33
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O Chanceler do Ducado de Lancaster, Michael Gove (na foto), encarregado dentro do governo pelos preparativos relacionados com a saída da UE, disse que após o período de transição pós-'Brexit' as exportações e importações do Reino Unido serão tratadas da mesma maneira, e que as empresas terão de apresentar declarações alfandegárias e ser sujeitas a controlos de mercadorias.

"O Reino Unido vai estar fora do mercado único e fora da união aduaneira, por isso teremos que estar prontos para os procedimentos aduaneiros e as verificações regulamentares que inevitavelmente se vão seguir", justificou.

Este anúncio constitui uma inversão da posição anterior, que previa que as importações da UE fossem isentas de controlos e taxas para evitar atritos na circulação de bens, sobretudo alimentares e medicamentos, cujo abastecimento se temia ser afetado no caso de uma saída de acordo.

Pelo contrário, Bruxelas já tinha dito que iria aplicar controlos aos produtos britânicos exportados para o mercado único.

Gove reiterou a necessidade de as empresas se registarem para obter um número de identificação de operador económico que lhes vai permitir fazer declarações e usar os serviços aduaneiros.

O governo britânico adiantou que vai garantir "facilidades atualmente disponíveis para os restantes comerciantes mundiais também possam aplicar-se no comércio entre o Reino Unido e a UE".

O Reino Unido saiu oficialmente da UE em 31 de janeiro, mas continua a aplicar as regras da UE durante um período de transição que termina no final deste ano, período durante o qual o primeiro-ministro, Boris Johnson, pretende concluir negociações complexas sobre um novo acordo de comércio livre.

No mês passado, o ministro das Finanças, Sajid Javid, avisou as empresas para que se "adaptassem", argumentando que tiveram mais de três anos para fazê-lo desde o referendo do 'Brexit', motivando críticas e preocupações do patronato e uma desvalorização da libra nos mercados cambiais.

A maioria dos economistas prevê um impacto económico muito negativo no Reino Unido se o país não negociar um acordo que reduza o atrito nas trocas comerciais com o principal parceiro, destino de cerca de 50% das exportações.
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