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Brexit: Empresários britânicos querem um acordo de transição com urgência

Os empresários britânicos estão a dar sinais de crescente preocupação com o Brexit. Cinco dos grandes empresários escreveram uma carta a David Davis onde apontam que é “necessário o mais rápido possível” um acordo que determine um período de transição após o Reino Unido deixar a União Europeia.

Donald Trump não é fã do projecto do euro, nem da União Europeia. Tem sido elogioso do Brexit e disse mesmo esperar que outros países sigam o mesmo caminho. Uma opinião partilhada pelo homem apontado na imprensa como o próximo embaixador dos EUA na União Europeia. Ted Malloch afirmou numa entrevista à BBC que o melhor investimento que se pode fazer em 2017 é 'apostar na queda do euro', antecipando o colapso da moeda única. Disse também que, depois de ter ajudado a desmembrar a União Soviética, poderá fazer o mesmo em relação à União Europeia. Malloch não foi ainda confirmado.
reuters
Negócios 23 de Outubro de 2017 às 12:23
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Os receios dos empresários britânicos em torno da saída do Reino Unido da União Europeia podem estar a subir de tom, com os principais grupos empresariais a pedirem rapidez no estabelecimento de um acordo que permita um período de transição.

Na semana passada, após a cimeira de dois dias dos líderes europeus, Bruxelas enviou uma mensagem clara a Londres: negociações sobre a relação comercial só a partir de Dezembro. Londres não apresentou garantias suficientes – nomeadamente no que respeita à factura financeira do Brexit – e por isso mesmo a União Europeia não aceitará avançar para a próxima fase das negociações, pelo menos até Dezembro.

A Theresa May, líder do Executivo britânico, os responsáveis europeus pedem mais garantias sobre as questões que têm motivado o impasse – factura financeira, direitos dos cidadãos e fronteira irlandesa – para que no final do ano possam avançar para a chamada "fase dois" das negociações, em que será debatida a futura relação entre o Reino Unido e a UE pós-Brexit.

Agora, são os empresários britânicos – a CBI, a Câmara britânica do Comércio, o Institute of Directors, a Federation of Small Businesses e o grupo EEF, que opera na área da manufactura - a pedirem ao governo que assegure rapidamente um acordo que permita um período de transição. Caso isto não aconteça, há o risco de o país perder investimento e postos de trabalho.

Uma carta, cujo rascunho a Reuters teve acesso, assinada por estes cinco dos principais grupos britânicos ligados a empresas, e que vai ser enviada ao ministro com a tutela do Brexit, David Davis, vai referir que é necessário o quanto antes este acordo, porque as empresas estão a preparar-se para tomar as suas decisões de investimento no início próximo ano.

"Um acordo (sobre a transição) é necessário o mais rápido possível, na medida em que as empresas se estão a preparar para tomar decisões sérias no início de 2018, que vão ter consequências para os empregos e para o investimento no Reino Unido", refere a carta, de acordo com uma fonte da agência com conhecimento da mesma.

"E os detalhes sobre qualquer acordo de transição importam: o relacionamento económico do Reino Unido e da UE, durante este período de tempo limitado, tem de ter uma correspondência o mais próximo possível do status quo", acrescenta.

De acordo com a Sky News, que também teve acesso ao documento, estes cinco organismos que assinam a carta dão emprego a milhões de pessoas no sector privado, o que faz com que tenham uma voz forte e possam pedir que a saída do Reino Unido seja "suave".

O envio desta missiva ocorre numa altura em que os empresários dão sinais de estarem cada vez com mais receio de que não haja um acordo de transição. Os empresários optaram por enviar a carta numa altura em que cresce a especulação que David Davis está a preparar-se para apresentar um cenário "optimista" para a possibilidade do Brexit ocorrer sem acordo com a União Europeia, aos seus colegas do Governo, no final deste mês.

No início deste mês, Theresa May, primeira-ministra britânica, admitiu que o Reino Unido já está a fazer planos de contingência para preparar o cenário de saída da União Europeia sem um acordo com o bloco regional.

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