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Reino Unido não deverá garantir período de transição fora do acordo global com a UE

O porta-voz da primeira-ministra garantiu que o país não deverá assegurar um período de transição fora do acordo global com a UE, que não deverá estar fechado muito antes de Março de 2019.

Reuters
23 de Outubro de 2017 às 18:45
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O Reino Unido não vai acordar um período de transição para o Brexit fora do acordo global que será estabelecido com a União Europeia, no contexto do processo de divórcio, como estão a pedir as empresas britânicas. A garantia foi dada pelo porta-voz da primeira-ministra Theresa May, num dia em que a própria líder do Executivo evitou responder a perguntas sobre esse tema, no Parlamento.

 

"Toda a gente foi sempre muito clara sobre o facto de querermos juntar tudo; tudo será acordado ao mesmo tempo", afirmou o porta-voz James Slack, em declarações aos jornalistas em Londres, citado pela Bloomberg. "A questão do período de implementação é de que é uma ponte para o sítio para onde nos dirigimos, por isso precisamos de saber para onde nos dirigimos para finalizar esse período de implementação".

 

As empresas britânicas têm aumentado os seus apelos para que o Governo de Londres feche um acordo de transição com a União Europeia que lhes permita manter as condições de que gozam actualmente num período de dois anos após o Brexit, em Março de 2019.

 

No entanto, e segundo o porta-voz do Governo, esse acordo não existirá fora do acordo global, que não deverá estar fechado muito antes da data-limite. May falou da possibilidade de se manterem as condições actuais de acesso ao mercado único num discurso que realizou em Setembro, em Florença, mas essa proposta não foi debatida com Bruxelas nem deverá ser ate que se chegue a um acordo sobre a factura financeira do Brexit – a questão que tem travado as negociações.

 

Questionada sobre este tema no Parlamento por vários deputados, a primeira-ministra evitou as perguntas e respondeu apenas que está confiante que o Reino Unido conseguirá um bom acordo.

 

De acordo com o Financial Times, Theresa May disse mesmo que o país está próximo de avançar para a próxima fase das negociações e que o Conselho Europeu da semana passada demonstrou "importantes progressos em direcção a um relacionamento profundo e especial" entre o Reino Unido e o bloco regional dos 27.

 

No entanto, os líderes europeus deixaram bem claro, na semana passada, que a segundo fase das negociações – focada sobretudo na futura relação comercial entre o Reino Unido e a EU – não avançará até Dezembro, e não sem antes existirem progressos no que respeita à factura financeira.

 

A apenas 18 meses do Brexit, e com os grandes bancos a realocarem as suas operações, o ministro das Finanças britânico Philip Hammond já descreveu o período de transição com um "activo perecível": quanto mais tempo demorar a garanti-lo, menos ele vale.

 

A visão é partilhada pelas empresas, que pedem mais tempo para se prepararem para a nova realidade fora do bloco regional. De acordo com a Sky News, cinco organizações empresariais já escreveram ao negociador britânico do Brexit, David Davis, a pedir um acordo de transição "urgente". 

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