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União Europeia espera pagar maioria dos custos de reconstrução da Ucrânia

Segundo a Bloomberg, Bruxelas está a planear criar um fundo de solidariedade para financiar a reconstrução da Ucrânia no pós-guerra, com os custos assentes nos Estados-membros. Envelope vem associado a avaliação - e redução - da corrupção no país.

Reuters
19 de Abril de 2022 às 10:45
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A União Europeia está a planear criar um fundo de solidariedade para financiar a reconstrução da Ucrânia no pós-guerra, atirando a maioria dos custos desse fundo para os Estados-membros, escreve a Bloomberg nesta terça-feira, 19 de abril. 

Segundo fontes europeias da agência financeira, a Comissão Europeia disse a diplomatas que está a trabalhar num instrumento europeu focado nas necessidades de longo prazo do país, em vez de uma ferramenta multilateral, uma vez que o bloco vai assegurar a maior parte dos custos. 

Desenhado com base no fundo de recuperação do pós-covid-19, este mecanismo poderá financiar investimentos e reformas acordadas com o governo ucraniano, mas ainda não é claro quanto é que seria providenciado, através de empréstimos ou subvenções, e o braço executivo da UE não quer pôr um preço no fundo, mas disse aos embaixadores que a ferramenta pode chegar às centenas de milhares de milhões de euros em décadas. 

Os temas da reconstrução pós-guerra e as reparações de guerra devem ganhar destaque nas próximas semanas, uma vez que as autoridades em Bruxelas e Washington planeiam discutir formas de apoiar financeiramente Kiev e garantir que o avultado envelope financeiro não é desperdiçado. 

Em cima da mesa, e embora ainda possa parecer cedo para falar sobre a recuperação - quando as forças militares da Rússia ainda atacam cidades ucranianas -, está o problema da corrupção no país, e a falta de mecanismos robustos de controlo, que a Comissão quer avaliar, em conjunto com o Banco Mundial.

O Governo ucraniano estima que a destruição pelas forças russas chegue a um bilião de dólares. Muita da ajuda inicial será direcionada para reconstruir infraestrutura e para apoiar a provisão de serviços públicos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que o seu governo precisa entre 5 mil milhões e 7 mil milhões de dólares por mês para cobrir salários e outras despesas sociais. 

A Comissão Europeia também está a ponderar a extensão de garantias para apoiar as empresas. A Ucrânia estima que um terço das empresas pararam completamente as suas atividades e que 45% reduziram a sua produção. A guerra atingiu especialmente o setor agrícola, uma vez que grandes partes do território não podem ser usadas e os agricultores enfrentam custos elevados e as exportações foram travadas 

Alguns Estados-membros, como a Suécia e a Eslovénia sugeriram avançar com formas de redirecionar os fundos russos para a Ucrânia, por exemplo através da tributação dos lucros extraordinários que decorrem do aumento do preço da energia. O bloco europeu já desembolsou cerca de 600 milhões de euros em empréstimos desde que a guerra começou e admite aprovar um envelope semelhante neste verão. 

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um pacote de 1,4 mil milhões de dólares em financiamento de emergência para a Ucrânia.
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