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Fechar por completo a torneira de gás russo afogava a Europa numa recessão, alerta Scholz

O chanceler alemão rejeitou os apelos dos países do Leste europeu membros da UE, defendendo um corte parcial das importações de gás russo, como "bateu com o pé" no que toca à constituição de uma zona de exclusão aérea nos céus ucranianos.

EPA
23 de Março de 2022 às 15:30
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Perante os rumores da possibilidade do Conselho Europeu banir o petróleo russo na próxima rodada de sanções, que poderá ser aprovada na próxima reunião marcada para amanhã, o chanceler alemão,Olaf Scholz, definiu a posição de Berlim, lembrando que o corte total das importações de "ouro negro" russo mergulharia a Europa numa recessão.

Olaf Scholz confirmou, durante a sua intervenção no Bundestag, que "vamos acabar com essa dependência [do petróleo, carvão e gás russos] o mais rápido possível" mas também sublinhou que "fazer isso de um dia para o outro significaria mergulhar o nosso país e toda a Europa numa recessão".

O chanceler alemão recordou ainda que se o banimento de petróleo russo fosse total, "centenas de milhares de empregos estariam em risco" e que "indústrias inteiras estariam à beira do colapso".

"A sanções que já foram decididas também atingem muitos cidadãos, e não apenas a bilha de gás", continuou Scholz, argumentando que as sanções "não devem atingir os países europeus com mais força do que atingem a liderança russa".

As observações de Scholz representaram uma rejeição contundente dos apelos de alguns países da UE, particularmente no Leste europeu, para uma rápida proibição das importações russas de energia em resposta à invasão russa na Ucrânia.

Corte com o "petróleo vermelho" já começou
Scholz garantiu ainda aos parlamentares que e o processo de se afastar da dependência energética russa já começou.

"Estamos a garantir a curto prazo mais fontes de gás, petróleo e carvão. Nos próximos meses estaremos a diversificar as nossas cadeias de abastecimento", assegurou o sucessor de Angela Merkel.

Para tal, o chanceler alemão deu conta que Berlim está a terminar os terminais de gás natural em construção no Oeste europeu e a projetar outros, "de forma muito mais rápida do que fizemos até agora".

Já no que toca ao apelo de decretar os céus da Ucrânia uma zona de exclusão aérea, Scholz voltou a bater o pé, defendendo que se esse passo fosse dado desencadearia uma nova guerra mundial, entre a NATO e a Rússia.

"A NATO não irá fazer parte da guerra, é imperativo de bom senso, qualquer outra decisão seria irresponsável", frisou Scholz.
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