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Barclays e Goldman Sachs apontam para contração de dois dígitos da economia russa

O Barclays estima uma queda de 12,4% do PIB russo já este ano e uma nova queda de 3,5% em 2023. Já o Goldman Sachs é mais "otimista" e aponta para uma contração de 10% seguida de recuperação.

RIA Novosti via Twitter
21 de Março de 2022 às 12:17
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O Goldman Sachs e o Barclays juntaram-se à cadeia de bancos de investimento que antecipam uma travagem da economia russa, apontando para uma queda na ordem dos dois dígitos este ano.

 

O Barclays apresenta uma das visões mais pessimistas relativas ao futuro da economia russa, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. O gigante britânico prevê uma contração do PIB (Produto Interno Bruto) russo de 12,4% já este ano e uma nova queda de 3,5% em 2023.

 

O banco de investimento fundamenta a sua previsão nas sanções impostas pelo Ocidente à economia russa. "Assumimos que as sanções serão duradouras, tendo em conta o cenário geopolítico atual", escrevem os economistas do Barclays numa nota de "research" citada pela Bloomberg. Do ponto vista financeiro, o Barclays acredita que a Rússia será capaz de financiar os seus gastos.

 

Para a equipa de especialistas liderada por Brahim Razgallah, "o abrandamento económico será gradual e acelerará até meados de 2022, à medida que as consequências das sanções se traduzam na economia". "Esperamos que a contração económica seja impulsionada pela queda do consumo privado, importações e investimento", antecipa o banco.

 

Também o Goldman Sachs se associa este prognóstico negativo apontando para uma contração de 10%, (contra os 7% previstos anteriormente).

O gigante de Wall Street justifica o aprofundamento do seu pessimismo com a facto de "as exportações russas estarem a ser mais fortemente prejudicadas do que prevíamos inicialmente", explica a nota de "research" citada pela Bloomberg.

 

O banco de investimento estima que os embarques de petróleo russo devem cair cerca de 20%. A equipa de analistas liderada por Clemenes Grafe acredita ainda que as exportações do país liderado por Vladimir Putin podem cair 20% no segundo trimestre e 10% ao longo do ano. O Goldman aponta ainda para uma queda de 20% no volume de importações até ao final de 2022.

 

Apesar de tudo, o facto de a Rússia não estar tão dependente de importações para setores cruciais, é para o gigante de Wall Street uma almofada que atenua o impacto das sanções na sua economia. Para o Goldman Sachs "é pouco provável que o impacto das sanções comerciais impostas à Rússia seja tão prejudicial para esta economia, quanto seria para outras mais dependentes das cadeias globais de abastecimento".

 

O banco norte-americano prevê uma "recuperação lenta" com a economia a crescer já no próximo ano, apontando assim para uma subida do PIB de 2,4% em 2023 e 3,4% em 2024.

 

Por sua vez, a Bloomberg Economics e o JPMorgan partilham de uma visão mais optimista. A Bloomberg aponta para uma queda de 9% do PIB russo este ano, enquanto o JPMorgan estima uma contração de 7%.

 

Caso estas previsões se confirmem, esta será uma recessão maior face à quebra de 5,3% do produto interno bruto de 1998, ano em que a Rússia entrou em incumprimento na sua dívida pública.

Estas estimativas surgem numa altura em que várias casas de rating e o próprio Fundo Monetário Internacional apontam para que a economia russa possa entrar numa situação de "default", não conseguindo assim pagar a sua dívida.

 

 

 

 

 

 

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