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Líder do JPMorgan avisa sobre perdas de até mil milhões com exposição à Rússia

Jamie Dimon, o líder do norte-americano JPMorgan, deixa avisos sobre potenciais perdas de até mil milhões de dólares devido à exposição à Rússia. Esta foi a primeira vez que o banco detalhou o potencial de perdas devido à guerra na Europa.

Giulia Marchi
04 de Abril de 2022 às 12:17
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Jamie Dimon, que lidera o banco JPMorgan, alertou na carta anual aos acionistas de que a instituição financeira poderá perder até mil milhões de dólares (908,29 milhões de euros) devido à exposição à Rússia. Esta foi a primeira vez em que a companhia detalhou concretamente a extensão das perdas devido à guerra na Ucrânia. 


"Não estamos preocupados com a nossa a exposição direta à Rússia, embora possamos vir a perder cerca de mil milhões de dólares ao longo do tempo. Mas estamos a monitorizar ativamente o impacto das sanções em curso e a resposta da Rússia, também preocupados com os efeitos secundários e colaterais em várias companhias e países", indica Dimon nessa missiva.


Ainda sobre a guerra, Dimon vaticina que os efeitos geopolíticos vão durar algum tempo e que, no mínimo, a guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia "vão abrandar a economia global". "Não sabemos qual será o desfecho vai ser, mas as hostilidades na Ucrânia e as sanções à Rússia estão já a ter um substancial impacto económico. Já tiveram impacto no petróleo global, nas commodities e nos mercados agrícolas". 


Nesse sentido, o JPMorgan antecipa que a guerra e as sanções resultantes do conflito vão reduzir o PIB da Rússia em 12,5% em meio ano, é referido, uma queda que seria "maior do que os 10% após o ‘default’ de 1998". 


A carta de Dimon inclui ainda visões para a Zona Euro, que também deverá reduzir o crescimento devido ao conflito. "Os nossos economistas atualmente acham que na Zona Euro, altamente dependente da Rússia para petróleo e gás, vamos ver o PIB a crescer cerca de 2% em 2022, em vez dos 4,5% que esperávamos há apenas seis semanas." Mas deixa a ressalva de que estes números podem sofrer alterações - principalmente porque partem de uma "visão relativamente estática da guerra na Ucrânia e das sanções que agora estão em ação".


O líder do JPMorgan não exclui a hipótese de mais sanções adicionais à Rússia, que podem "dramaticamente e de forma imprevisível aumentar o seu efeito". "A juntar à imprevisibilidade da guerra em si e à incerteza em torno das cadeias globais de commodities e de fornecimento, isto causa uma potencial situação explosiva."


Nesta carta, Jamie Dimon sublinha ainda os restantes desafios "a cada esquina", como a pandemia, ações governamentais sem precedentes, a inflação galopante ou as "eleições altamente polarizadas nos EUA". 


No tema da inflação, o líder do JPMorgan salienta que "a inflação persistente vai obrigar a subida das taxas de juro", notando que "não inveja a Fed por aquilo que têm de fazer a seguir". 


Esta é a 17.ª carta de Jamie Dimon enquanto CEO do JPMorgan. 

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