Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Ucrânia: Rússia preocupada com transferência de elementos da missão da OSCE

A diplomacia russa revelou estar preocupada com a decisão de alguns países de transferir para a Ucrânia elementos da missão OSCE.

reuters
13 de Fevereiro de 2022 às 15:19
  • ...
A Rússia manifestou-se hoje preocupada com a decisão de alguns países de transferir elementos da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para a Ucrânia, devido à ameaça de um ataque russo.

De acordo com a diplomacia russa, a presidência rotativa polaca da OSCE e a secretária-geral da organização, Helga Schmid, informaram as partes interessadas da decisão de "alguns países" de deslocar o seu pessoal da missão "devido à deterioração das condições de segurança".

"Estas decisões só nos podem causar grande preocupação", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.

Zakharova acusou a missão da OSCE no terreno de ser "deliberadamente atraída para a psicose militarista fomentada por Washington e utilizada como um instrumento para uma possível provocação".

A porta-voz disse que Rússia apela "à liderança da OSCE para que pare resolutamente as tentativas de manipulação da missão e evite que a organização seja arrastada para os jogos políticos sem escrúpulos que a rodeiam".

A Missão Especial de Monitorização da OSCE na Ucrânia (SMM, na sigla em inglês) fiscaliza o cessar-fogo na região do Donbass, no leste do país.

A representação dos Estados Unidos junto da OSCE disse que o apelo feito por Washington há dois dias para que os cidadãos norte-americanos saiam da Ucrânia "inclui os que trabalham" para a SMM.

Os membros da missão estão espalhados por todo o país, inclusive nas regiões controladas por separatistas pró-Moscovo, onde estão "altamente expostos", justificou a representação dos Estados Unidos junto da OSCE, citada pela AFP.

A guerra no Leste da Ucrânia começou em 2014, na altura em que a Rússia invadiu e anexou a península ucraniana da Crimeia.

A Ucrânia acusa a Rússia de apoiar os separatistas naquela guerra, que já provocou cerca de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo a ONU.

A OSCE reúne 57 países da Europa, Ásia e América do Norte, incluindo os Estados Unidos, Rússia e todos os Estados-membros da União Europeia (UE), para promover o diálogo e a cooperação em questões de segurança.

A missão na Ucrânia foi destacada em 21 de março de 2014, na sequência de um pedido dirigido à OSCE pelo Governo ucraniano e de uma decisão consensual dos Estados-membros.

Trata-se de uma missão civil desarmada, presente no terreno 24 horas por dia, sete dias por semana, em todas as regiões da Ucrânia. As suas principais tarefas são observar e informar imparcialmente sobre a situação na Ucrânia, e facilitar o diálogo entre todas as partes em conflito.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas junto às fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho.

Os Estados Unidos alertaram na sexta-feira que um ataque russo pode acontecer "a qualquer momento" e pediram aos seus cidadãos que abandonassem o país rapidamente. Desde então, dezenas de governos, incluindo o de Portugal, aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia.

A Rússia nega pretender invadir a Ucrânia, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança. Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997. Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da OSCE recusam tais exigências.
Ver comentários
Saber mais ucrânia Rússia Missão Especial de Monitorização da OSCE na Ucrânia Estados Unidos Europa diplomacia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio