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Sondagem reforça cenário em que Theresa May perde maioria

O estudo do YouGov publicado pelo Times atribui 310 assentos parlamentares ao Partido Conservador, menos 20 lugares do que os alcançados em 2015 por David Cameron e que deram aos "tories" uma inesperada maioria parlamentar.

Reuters
31 de Maio de 2017 às 11:17
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A estratégia delineada por Theresa May poderá sair-lhe furada já que a primeira-ministra britânica poderá ver o seu partido perder a maioria absoluta actualmente detida na câmara baixa do Parlamento britânico (Casa dos Comuns).

 

A sondagem do YouGov publicada esta quarta-feira, 31 de Maio, pelo Times confirma a tendência de queda do Partido Conservador nos estudos de opinião, ao projectar que os "tories" não irão além de 310 assentos parlamentares nas eleições antecipadas para o próximo dia 8 de Junho.

 

A confirmar-se tal resultado, o partido de May não só perde 20 lugares comparativamente com as legislativas de 2015, como perde também a maioria absoluta então alcançada pelo agora ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron, que é garantida com um mínimo de 326 assentos.

 

Já o Partido Trabalhista subiria dos 229 lugares conseguidos há dois anos para 257 assentos parlamentares, com Jeremy Corbyn a conseguir melhorar o resultado conseguido pelo seu antecessor, Ed Miliband. Em terceiro na sondagem surgem os nacionalistas escoceses (SNP) de Nicola Sturgeon, que garantem 50 deputados, menos quatro do que em 2015. 


Surgem depois os partidos da Irlanda do Norte com 18 assentos e os Liberais Democratas com 10 mandatos. 
Esta sondagem (realizada na semana passada com base em 50 mil entrevistas) do YouGov adopta um novo modelo, que assume uma enorme margem de erro que, nos cenários mais extremos, poderia dar aos "tories" um máximo de 345 mandatos ou um mínimo de 274 lugares.

 

Ainda assim, a conclusão essencial a retirar desta sondagem, bem como de outros estudos que vêm sendo publicados nos últimos dias, é a de que Theresa May tem vindo a perder terreno de forma consistente.

 

Quando com alguma surpresa May anunciou, em 18 de Abril último, a realização de eleições antecipadas, fê-lo numa altura em que os conservadores lideravam por larga margem todas as sondagens. A chefe do governo britânico viu então uma oportunidade para reforçar a posição dos "tories" no Parlamento, assim como o seu mandato com vista à opção de um "hard Brexit" nas negociações com a União Europeia. Por outro lado, Theresa May pretendia assim unir o partido em torno da linha dura que quer adoptar nas conversações com a UE, já que muitos deputados conservadores se opõem ao modelo de saída total defendido pela chefe do Executivo. 

 

Como sublinha a agência Reuters, se as sondagens no início de Abril mostravam que Theresa May poderia superar as maiorias conquistadas em 1983 por Margaret Thatcher ou por Tony Blair em 1997, nas últimas semanas a líder dos "tories" tem vindo a cair em todos os estudos.

 

O que é claramente perceptível principalmente desde que, em 18 de Maio, May apresentou o seu manifesto eleitoral, que inclui uma proposta segunda a qual a população idosa terá de suportar uma maior fatia da despesa com os seus cuidados médicos, medida a que a oposição atribuiu o epíteto de "imposto demência". Essa tendência de queda nas intenções de voto agravou-se ainda mais após o atentado suicida levado a cabo na semana passada em Manchester.


A eventualidade de o Partido Conservador perder a maioria e, como consequência, o próximo governo britânico não ver reforçada a sua posição negocial face a Bruxelas, tem contribuído para a desvalorização da libra, que esta manhã segue a perder cerca de meio por cento contra o dólar, estando assim novamente próximo de mínimos de finais de Abril face à divisa norte-americana. 

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