Sete em cada dez candidaturas aos fundos comunitários são rejeitadas pelas entidades gestoras dos respectivos programas operacionais, avança o jornal Público esta sexta-feira, 6 de Maio.

O diário escreve que "as taxas de reprovação das candidaturas ao Portugal 2020 estão a causar algum alarme entre os promotores e consultores de investimentos". Em relação aos últimos concursos cujos resultados foram conhecidos, escreve a publicação, "as taxas de reprovação situaram-se entre os 65% e os 68%".

O jornal teve acesso às actas em que constam as decisões dos programas operacionais do Norte, Centro e Lisboa e apurou que há muitos projectos que não chegaram a bom porto. "O Norte 2020 recebeu 73 candidaturas e aprovou 27. O Centro 2020 recebeu 71 candidaturas e aprovou 19. Lisboa 2020 registou a entrada de 44 candidaturas e aprovou 14".

Muitas candidaturas de empresas a estes fundos comunitários foram mediadas por consultores de investimento, que se especializaram em assessorar empresas no sentido de apresentarem candidaturas elegíveis. E são estas entidades que apontam críticas aos resultados dos concursos.

Vítor Cardial, presidente da comissão instaladora da futura Associação Portuguesa de Consultores de Investimento e Inovação, em declarações ao Público, sustenta que "as expectativas que foram criadas eram extremamente elevadas e promissoras". Porém, o Portugal 2020 "teve um pecado original" e que é a "desvalorização do trabalho e do contributo  para a valorização das empresas, do conhecimento e da inovação que os consultores transferem para o sector económico e social".