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Sánchez escolhe médica-cirurgiã para operar as Finanças espanholas
Os nomes que estão a ser avançados pela imprensa espanhola como escolhas do primeiro-ministro Pedro Sánchez para o elenco governativo mostram uma clara aposta em mulheres para lugares-chave do executivo socialista. A médica María Jesús Montero é a escolha para as Finanças.
A actual ministra das Finanças do governo autonómico da Andaluzia, María Jesús Montero, foi a escolhida por Pedro Sánchez para gerir as contas públicas espanholas. De acordo com os nomes avançados pela imprensa espanhola como fazendo parte do futuro governo espanhol, o secretário-geral do PSOE e primeiro-ministro indigitado está a apostar em mulheres para postos determinantes.
María Jesús Montero, licenciada em medicina, é até aqui o braço-direito de Susana Díaz na Andaluzia, a federação socialista mais poderosa na Espanha, tendo assumido a gestão das contas andaluzas em 2013. Por outro lado, pode indicar uma reaproximação entre Sánchez e Díaz.
Depois de ter apoiado Sánchez quando este, pela primeira vez, se tornou secretário-geral, o pior resultado do PSOE em eleições gerais e a tentativa fracassada (2016) deste ser investido primeiro-ministro levou a que a presidente do governo andaluz liderasse a oposição que derrubou o agora novamente líder dos socialistas espanhóis.
Especialistas em gestão hospitalar, Jesús Montero é descrita pelo El Mundo como a principal responsável pelo controlo apertado do orçamento da Andaluzia, em especial nos anos que se seguiram à crise das dívidas soberanas. A Andaluzia é mesmo uma das poucas comunidades autonómicas que cumpre as metas e défice e também a regra de despesa.
O mesmo jornal escreve que a mulher de confiança de Díaz terá em mãos a difícil tarefa de reformar o sistema de financiamento das regiões autonómicas.
Mulheres com postos-chave no governo de Sánchez
Os nomes já conhecidos mostram que o líder do PSOE aposta em mulheres para algumas das pastas de maior relevo do futuro elenco governativo.
Carmen Calvo, especialista em direito constitucional, vai ser a única vice-primeira-ministra do governo de Sánchez, cargo que acumulará com o Ministério da Igualdade e ainda com a ligação entre o executivo e o parlamento espanhol. Carmen Calvo tem experiência governativa, já que foi ministra da Cultura de José Luis Rodríguez Zapatero.
Outra posição determinante que caberá a uma mulher é a pasta do Território, de particular importância num governo que promete retomar pontes de diálogo com o governo autonómico da Catalunha. Meritxell Batet, licenciada em direito e professora de direito administrativo e constitucional, fica com a administração territorial.
Além disso, há um nome escolhido para o Executivo espanhol que deverá agradar em Bruxelas. Nadia Calviño, actual directora-geral do Orçamento comunitário, vai ser a próxima ministra da Economia. No Governo anterior, esta pasta era ocupada por Román Escolano, que substituiu Luis de Guindos, e incluía as finanças do país, o que não acontece no Governo de Sánchez.
Como já havia sido ontem avançado, o antigo ministro das Obras Públicas e ex-presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrel, vai assumir os Negócios Estrangeiros.
Um homem próximo de Sánchez, José Luis Ábalos, responsável pela organização interna do PSOE e o deputado escolhido para apresentar a moção de censura que derrubou o governo liderado por Mariano Rajoy, fica com o Ministério do Fomento.
(Artigo actualizado às 14h35 com o nome da ministra da Economia)