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Reino Unido regista primeiro défice em Julho desde 2010
O Reino Unido declarou o seu primeiro défice em Julho desde 2010, numa altura em que os gastos do Governo ultrapassaram as receitas adquiridas via colecta de impostos.
A capacidade líquida de financiamento do Reino Unido, excluindo o apoio aos bancos, foi de 488 milhões de libras, cerca de 571,248 milhões de euros, valor que compara com os 823 milhões de libras do ano anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística de Londres.
Incluindo as transferência relacionadas com a venda de activos, o défice foi de 62 milhões de libras. As receitas com impostos subiram 3,4%, abaixo da subida de 3,7% das despesas, segundo noticia a Bloomberg.
A recuperação económica britânica ganhou ímpeto nos últimos meses, o que irá ajudar o ministro das Finanças George Osborne a atingir os objectivos orçamentais. As previsões do Gabinete de Responsabilidade Orçamental apontam para que o défice suba para 120 milhões de libras, ou 7,5% do PIB (produto interno bruto), valor que compara com os 116 milhões do ano passado.
“A recente melhoria que a economia teve deverá ser uma ajuda”, afirmou Victoria Clarke, economista do Investec Securities, em Londres, citada pela Bloomberg. “Deveremos começar a ver algumas receitas mais pequenas que recolhemos. Há um pequeno alicerce que precisa de ser construído, mas estamos em melhor posição económica para o fazer”.
O Reino Unido apresenta, tradicionalmente, um excedente um Julho fruto dos pagamentos de impostos das grandes empresas, das petrolíferas e dos trabalhadores por conta própria.
O relatório divulgado hoje demonstra que o crescimento das receitas foi de 5,8%, devido ao aumento dos impostos. Contudo, os pagamentos realizados pelas empresas diminuíram 0,9% e os gastos do Governo aumentaram 4,5%.
“Uma forte recolha de impostos em Julho significa que a economia se está a mover de uma situação de resgate para a recuperação”, indicou o Tesouro britânico. “Ainda há um longo caminho a percorrer, numa altura em que o Reino Unido recupera da maior crise financeira, à medida que o governo segue com o seu plano económico”.