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Menos imigrantes, mais ouro e menos privilégios fiscais para estrangeiros? Suíços decidem no domingo
O sistema de democracia "em directo" é tão enraizado na Suíça que, muitas vezes, há referendos "três em um". Vai voltar a ser esse o caso no próximo domingo.
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Cumprindo a ancestral tradição do país, os suíços vão voltar a ser chamados a decidir em referendo no próximo domingo três propostas de lei muitíssimo controversas, sugeridas por partidos e movimentos na oposição.
A potencialmente mais explosiva endurece a linha que prevaleceu no controverso referendo de Fevereiro último, propondo que se coloquem entraves muito mais rígidos em matéria de imigração, limitando as novas entradas anuais ao equivalente a 0,2% da população residente.
Os suíços vão ainda ser chamados a pronunciar-se sobre a possibilidade de serem abolidas as vantagens fiscais que são oferecidas às grandes fortunas e que fizeram o piloto alemão de Fórmula 1 Michael Schumacher ou o sueco Ingvar Kamprad, fundador do Ikea, transferir as respectivas residências fiscais para a Suíça.
"Salvem o ouro da Suíça" é, por fim, o lema da terceira iniciativa popular que será submetida a votação neste domingo. Segundo os seus proponentes é preciso salvar o metal precioso das mãos dos "colarinhos-brancos", ou seja, dos dirigentes do Banco Central Suíço (BNS, na sigla em francês) que, entre 2000 e 2008, venderam mais da metade das reservas de ouro do país. Se o "sim" ganhar, o banco central deixa de poder vender ouro e, nos próximos cinco anos, o metal precioso tem de representar, pelo menos, 20% do total das suas reservas. Neste momento, ascende a cerca de 8%.
Mais: a autoridade helvética terá de recolher o ouro que tem depositado nos bancos de outros países. É o próprio banco central, apoiado pelo governo suíço, que se manifesta totalmente contra esta iniciativa, afirmando que o seu campo de acção para garantir a estabilidade monetária passaria a estar muito limitado.
Segundo as sondagens, nenhuma das três propostas parecem ter possibilidade de vingar, apontando-se para que o "sim" recolha menos de 35% dos votos. A mais "empatada" é a iniciativa que pretende acabar com os privilégios fiscais para estrangeiros, que recolherá 42% de adeptos.