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Qatar fornece gás à Alemanha e preenche parte do vazio deixado pela Rússia

O Qatar vai fornecer gás à Alemanha a partir de 2026, como parte de um contrato que se deverá estender durante 15 anos, ou seja até 2041. De acordo com o ministro da energia do Qatar novos acordos estão ainda a ser estudados.

Em agosto, o gás atingiu um pico de 314 euros por MWh.
Hannibal Hanschke /Epa
29 de Novembro de 2022 às 12:26
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O Qatar vai fornecer gás liquefeito à Alemanha sob um contrato a longo prazo, numa tentativa de preencher o buraco deixado pela Rússia, após a invasão da Ucrânia.

As duas empresas detidas pelo estado do Qatar, a Qatar Energy e a ConocoPhilips assinaram contratos que têm como meta o envio de dois milhões de toneladas de gás para a Alemanha, a partir de 2026. O acordo deve durar pelo menos 15 anos, explicou aos jornalistas o ministro da energia do país, Saad al Kaabi.

A Alemanha tem sido um dos países mais atingidos pela redução do fornecimento de gás proveniente da Rússia, uma vez que mais de metade desta matéria-prima vinha de Moscovo. Ainda assim, este acordo perfaz apenas 6% dos 46 mil milhões de metros cúbicos que a Alemanha importou da Rússia no ano passado.

A Alemanha tem estado em negociações com o Qatar para fornecimento adicional, numa altura em que tem existido uma espécie de corrida a esta matéria-prima, principalmente por parte de países europeus.

Este novo compromisso pode ser um sinal que a Alemanha está a enfraquecer a sua oposição a longos contratos de fornecimento de gás, por exemplo com a dimensão de 25 anos, e que iriam por isso contra o objetivo de ter emissões zero em 2045. Pelo menos foi essa a visão defendida por Robert Habeck, ministro da Economia alemão, que referiu que não se iria opor a "contratos de 20 ou mais anos", numa conferência de imprensa.

As conversações entre os dois países devem continuar e o ministro da energia do Qatar também já referiu que está em negociações com a RWE e Uniper, duas energéticas alemãs, para a realização de contratos de fornecimento de gás a longo-prazo.

Esta matéria-prima vai ser entregue no terminal que está em construção em Brunsbuttel na zona norte da Alemanha. As cinco estruturas vão custar um total de 6,5 mil milhões de euros nos próximos 10 a 15 anos e assim que estejam completas vão assegurar um terço do gás na Alemanha, de acordo com uma estimativa do Executivo.
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