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Putin recandidata-se a novo mandato em 2018
O líder russo anunciou que vai recandidatar-se à presidência da Rússia nas eleições agendadas para Março de 2018. Putin deverá vencer e assim cumprir o quarto mandato como presidente russo.
Era um anúncio esperado, mas agora é oficial: Vladimir Putin vai recandidatar-se nas presidenciais russas marcadas para Março do próximo ano. As sondagens apontam para uma vitória confortável do actual presidente da Rússia, que assim deverá ser reconduzido para um quarto mandato presidencial.
"Vou apresentar a minha candidatura ao lugar de presidente da Rússia", afirmou Putin durante uma visita à unidade de construção automóvel na cidade de Nizhny Novgorod, junto ao Volga.
No poder desde 2000, Putin cumpriu pelo meio um mandato de quatro anos como primeiro-ministro (2008-2012), já que havia atingido o limite de dois mandatos (2000-2008) seguidos como presidente da federação russa. Cumprido o mandato como chefe de governo que teve o seu aliado Dmitry Medvedev como presidente nesse período, Putin recuperou a presidência da Rússia em 2012, mas já beneficiando de uma alteração constitucional que alargou de quatro para seis a duração do mandato presidencial.
Assim, se for eleito no próximo mês de Março, Putin poderá ser presidente da Rússia até 2024, altura em que terá 72 anos e em que terá atravessado três décadas distintas como líder da potência regional do Leste europeu. Nessa altura, segundo a Constituição, Putin terá uma vez mais atingido o limite de dois mandatos sucessivos.
Acusado de liderar um regime autoritário e de afastar por métodos agressivos os rivais políticos, uma vez reeleito presidente terá de decidir sobre se reconduz ou não Medvedev como primeiro-ministro. Se optar por não o fazer, Putin abrirá via à luta pela sucessão que poderá, a prazo, ser também a sua.
Vladimir Putin é o grande responsável pelo revisionista russo que permitiu a afirmação do país enquanto potência política e militar, o que ficou bem patente nas acções russas na Geórgia, na Ucrânia (anexação da Crimeia e desestabilização no Donbass, região ucraniana de maioria russófila) e, mais recentemente, na Síria, onde Moscovo se afirmou como uma das únicas potências, a par dos Estados Unidos, capaz de determinar o futuro no Médio Oriente.
Sem rivais aparentemente capazes de rivalizar verdadeiramente com Putin nas próximas eleições, a jornalista Ksenia Sobshak já disse que se concorrerá na corrida presidencial de Março. No entanto, o maior rival de Putin e líder da oposição, Alexei Navalny, está formalmente impedido de se candidatar por ter sido considerado culpado do crime de fraude, um processo judicial que este garante ter motivações políticas.