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Projecções dão vitória a partido “pró-russo” na Letónia

As projecções dão vitória ao Harmonia que espera, desta vez, conseguir formar Governo

19.º Letónia (Posição em 2017: 23.º) - Índice de miséria nos 10,7 pontos (Previsão para 2018)
ILMARS ZNOTINS
06 de Outubro de 2018 às 22:51
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O partido "pró-russo" Harmonia venceu as eleições legislativas na Letónia com 19,4% dos votos, à frente da aliança liberal pró-ocidental FOR/Desenvolvimento (13,4%), indicou uma sondagem efectuada pela televisão pública à saída das assembleias de voto.

O líder do Harmonia e presidente do município de Riga, Nils Ushakovs, reivindicou de imediato a ambição de finalmente garantir a entrada do seu partido no governo.

O Harmonia, muito popular entre a importante minoria russófona, também venceu as três anteriores eleições legislativas, mas não conseguiu governar devido à recusa dos restantes partidos em colaborar com esta formação.

A situação actual é diferente pelo facto de o KPV, um dos novos partidos em ascensão e de cariz populista, não ter excluído uma coligação com o Harmonia.

"Sem o Harmonia não é possível qualquer fórmula de coligação que possa surgir como estável e capaz de governar", declarou Ushakovs à agência LETA, ao comentar os resultados. "Caso contrário, podem ter uma coligação de xenófobos e de apoiantes dos direitos dos homossexuais, e tal governo não duraria duas ou três semanas".

À semelhança das eleições de 2014, o novo parlamento volta a surgir muito fragmentado, com sete partidos em 16 a ultrapassarem a barreira obrigatória dos 5% para garantirem representação no hemiciclo.

A Aliança Nacional (direita), membro da coligação cessante, garantiu o terceiro lugar (12,6%), seguida por duas formações populistas, o Novo partido conservador (12,4%) e o KPV LV, potencial parceiro do Harmonia com 11,5%.

A coligação cessante de centro-direita obteve uma recuperação da economia letã após a crise de 2009, mas a população foi muito penalizada pelas medidas de austeridade e dava indícios de pretender uma alternativa.

A Letónia, como as vizinhas Estónia e Lituânia, obteve a independência em 1918, na sequência da Revolução bolchevique. No entanto, e após o pacto entre Hitler e Estaline em 1939, os três países bálticos são ocupados primeiro pela URSS, de seguida pela Alemanha nazi, regressando à órbita de Moscovo após 1945 sob a designação de Repúblicas socialistas soviéticas, até às independências de 1991.

O Harmonia, partido de centro-esquerda "pró-Kremlin" mas que se tem vindo a distanciar da formação Rússia Unida do Presidente Vladimir Putin, "promete reduzir as despesas para a defesa a 1% do PIB", segundo o analista político Marcis Bendiks, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).

"Está em ruptura com a nossa relação com a NATO", na sequência da adesão da Letónia à organização militar em 2004, acrescentou.

O país, membro da União Europeia e da zona euro, canaliza actualmente 2% do PIB para o seu orçamento militar, como pretende a Aliança Atlântica.

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