O PP venceu as eleições em Espanha, mas ficou muito longe da maioria absoluta. De acordo com a sondagem divulgada pela TVE quando as urnas fecharam no território espanhol, às 20:00 (19:00 em Lisboa), o partido de Mariano Rajoy recolheu 26,8% dos votos, o que lhe deverá permitir eleger entre 114 e 118 deputados. O Podemos confirmou que cresceu na ponta final da campanha e posiciona-se em segundo lugar com 21,7% dos votos, o que deverá permitir eleger entre 76 a 80 deputados.

 

O PSOE, pelo contrário, perdeu gás na recta final da campanha eleitoral e consegue apenas o terceiro melhor resultado em termos de votos, 20,5%. Porém, em número de lugares no Congresso dos Deputados é o segundo partido, devendo conseguir entre 81 e 85 deputados. O Podemos recolheu mais votos mas teve menos deputados porque recolhe a maioria dos votos nas grandes cidades, votos esses que mais dificilmente se traduzem em assentos parlamentares.

 

O Cidadãos, o partido liderado por Albert Rivera, fica na quarta posição, com 15,2%, o que deverá permitir eleger entre 47 e 50 deputados.

Uma outra sondagem, divulgada pela televisão Antena 3, atribui 121 a 124 deputados ao PP e 79 a 83 ao PSOE. O Podemos deverá assegurar 70 a 74 deputados e o Cidadãos conquista entre 46 a 50.

Segundo a mesma estação de televisão, este ameaça ser o pior resultado da história do PSOE. Em 2011, os socialistas, então liderados por Alfredo Pérez Rubalcaba, conseguiram 28,8% dos votos e 110 deputados. Olhando às sondagens, o PSOE consegue um resultado bem pior que o de há quatro anos.

Já o PP perderá, na melhor das hipóteses e considerando as duas sondagens divulgadas, entre 62 a 68 deputados face a 2011.

Grande coligação à vista? Ou aliança à portuguesa?

Os resultados da projecção da televisão pública espanhola permitem desde logo concluir que não só nenhum partido fica sequer perto da maioria absoluta, como são necessários pelo menos três partidos para assegurar o controlo maioritário do Parlamento espanhol.

 

A única possibilidade de haver maioria absoluta só com dois partidos é se houver uma grande coligação entre PP e PSOE – aí, assumindo o intervalo superior da projecção da TVE, PP e PSOE assegurariam 203 deputados – são necessários 176 para ter maioria no Congresso dos Deputados, a câmara baixa do Parlamento espanhol.

 

Nos outros casos, são sempre necessários três partidos para fazer maioria. Por exemplo, mesmo o PP que se una ao Cidadãos, que elegerá 50 deputados (novamente olhando ao intervalo superior da projecção da TVE), só consegue 168 votos. De igual modo, se o PSOE se unir ao Podemos, só conseguirá 165 deputados.

 

Já uma aliança como a que aconteceu em Portugal – entre Podemos, PSOE e Cidadãos, respectivamente segundo, terceiro e quarto classificados, permitiria uma maioria absoluta. Os três partidos somariam 215 deputados. Porém, para isso seria necessário que Albert Rivera, líder do Cidadãos, estivesse disposto para se aliar a Pablo Iglesias, do Podemos.

"Um dia histórico"

Nas primeiras reacções aos resultados das sondagens, Manuel Villegas, vice-secretário-geral do Cidadãos, afirmou que se se confirmarem os resultados das sondagens, "pode ser um dia histórico para a democracia em Espanha", porque PP e PSOE "perdem poder" e abre-se "um novo espaço político em Espanha".

Um responsável do PP, em declarações à TVE, preferiu valorizar que o PP foi a força preferida dos espanhóis e venceu as eleições.

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Notícia actualizada pela última vez às 19:43 com mais informação