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PP pede a Sánchez que se abstenha para viabilizar governo Casado-Rivera
Antes de falhar a investidura como primeiro-ministro, o líder do PSOE apelou ao PP e ao Cidadãos para se absterem de forma a garantir a formação de um governo. Agora os conservadores respondem na mesma moeda e pedem a Sánchez que se abstenha para viabilizar um governo de direita PP-Cidadãos.
Dificilmente o apelo não cairá em saco roto, porém não deixa de reforçar a pressão sobre Pedro Sánchez e de confirmar a aproximação entre PP e Cidadãos. Os conservadores querem que o líder do PSOE e primeiro-ministro em funções aceite afastar-se e dar lugar, via abstenção, a um executivo de coligação entre o PP e o Cidadãos.
Esta segunda-feira, o secretário-geral do PP, Teodoro García Egea, apelou ao PSOE para que se abstenha para permitir a formação de um governo de "constitucionalistas" chefiado pelo líder conservador, Pablo Casado.
"Como nesta fase o bloqueio tem um nome, o de Pedro Sánchez, como o único problema em Espanha para formar governo decorre na falta de confiança em Pedro Sánchez (…) então ele que se afaste e dê espaço a outro candidato", declarou.
O apelo de Egea surge um dia depois de o rei Felipe VI ter pressionado os partidos espanhóis a assegurarem um entendimento que impeça o país de realizar novas eleições: "O melhor é encontrar uma solução antes de ir a eleições".
As declarações do número dois dos populares surge ainda depois de Pedro Sánchez ter fracassado a tentativa de investidura como primeiro-ministro ao não conseguir garantir o voto favorável da aliança de esquerda radical Unidas Podemos.
Um eventual acordo de coligação entre o PP de Casado e o Cidadãos de Albert Rivera, que se juntariam os deputados do UPN, a abstenção dos socialistas espanhóis seria suficiente para, numa segunda votação de investidura (em que basta uma maioria simples de apoios, ou seja, mais votos a favor do que contra), assegurar a formação de um executivo de direita.
No entanto, depois de ter alcançado uma vitória robusta nas eleições gerais de abril, embora distante da cada vez mais difícil maioria absoluta dada a fragmentação parlamentar, dificilmente Sánchez abdicará de liderar o executivo espanhol.
A confirmar isso mesmo estão as notícias desta segunda-feira que apontam para a intenção do secretário-geral do PSOE retomar conversações com o Podemos de Pablo Iglesias a fim de superar o impasse que impediu a formação do primeiro governo espanhol de esquerdas.
Numa carta enviada na semana passada aos militantes do PSOE, Pedro Sánchez revelou que para evitar a realização das quartas eleições antecipadas em menos de quatro anos vai apostar na formação de um governo "à portuguesa", em que os socialistas ficariam sozinhos no governo mas "presos" a compromissos políticos firmados à esquerda, designadamente com o Unidas Podemos.