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Podemos anuncia abstenção e inviabiliza investidura de Sánchez

Tal como a Esquerda Unida, também o Podemos decidiu abster-se na segunda votação à investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro. Espanha vai continuar a ser governada por um executivo transitório e ganha força cenário de eleições antecipadas.

EPA
25 de Julho de 2019 às 12:27
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A cerca de uma hora de ser retomado o debate de investidura do candidato Pedro Sánchez a primeiro-ministro, o Podemos anunciou que vai abster-se na segunda e derradeira votação. Isto significa que o secretário-geral do PSOE vai fracassar a tentativa de ser finalmente investido chefe do governo espanhol. 

Antes do anúncio feito pelo partido de Pablo Iglesias, já a Esquerda Unida (IU, força que integra a aliança de esquerda radical Unidas Podemos) havia também anunciado que iria abster-se. Decisões que surgiram depois de a ERC (nacionalistas catalães de esquerda) ter revelado que em vez de votar contra tal como sucedeu na primeira votação realizada na terça-feira, iria abster-se, o que elevou a pressão sobre o Unidas Podemos, do qual ficou a depender o sucesso, ou fracasso, da investidura do primeiro-ministro em funções. 

Apesar de ter vencido de forma clara as eleições gerais de abril, o PSOE ficou distante da maioria absoluta do Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento espanhol) alcançada com pelo menos 176 mandatos. Mesmo juntos, PSOE e Unidas Podemos não alcançam a maioria absoluta, porém nesta segunda votação basta uma maioria relativa (mais votos a favor do que contra) para assegurar a investidura.

Isso faria com que a abstenção de um ou mais pequenos partidos tais como a ERC, nacionalistas bascos (PNV) ou regionalistas valencianos (Compromís), permitisse que a soma dos deputados socialistas e da aliança de esquerda radical fosse suficiente para garantir a maioria relativa necessária. 

Como tal, Sánchez manteve negociações com a formação de Iglesias ao longo dos últimos dias, com este a exigir uma coligação de governo em que o Unidas Podemos não fosse "mero elemento decorativo". Ou seja, Pablo Iglesias, cuja participação no governo foi excluída à partida por Sánchez, exigia pastas relevantes para que o Unidas Podemos pudesse deixar a sua marca, em concreto nas áreas das finanças, trabalho ou ambiente. 

As exigências do Unidas Podemos e o máximo que o PSOE estava disposto a conceder levaram o governo espanhol em funções a anunciar já esta manhã que as negociações estavam concluídas, sem acordo. 

Depois das férias de verão, haverá oportunidade para a realização de um novo debate de investidura, que volta a contemplar a possibilidade de duas votações nesse sentido. Se desse debate não resultar a investidura de um candidato a primeiro-ministro, o rei dissolve o parlamento e convoca eleições gerais antecipadas, que a acontecerem serão as quartas eleições legislativas em menos de quatro anos. 

(Notícia atualizada às 12:45)
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