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Ministro holandês admite que teve "pouca compaixão" com Espanha

Wopke Hoekstra recuou nas declarações, mas deixou claro que a Holanda não aceita emissão de "coronabonds" para financiar os programas de apoio à economia devido à pandemia.

Wopke Hoekstra REUTERS Eric Vidal
Negócios 31 de Março de 2020 às 16:01
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Wopke Hoekstra, ministro das Finanças da Holanda, fez hoje marcha atrás nas declarações sobre as contas públicas espanholas, admitindo que "aparentemente", mostraram "pouca compaixão" sobre um país que está a ser severamente atingido pela pandemia do novo coronavírus.

 

O lamento de Hoekstra foi dado numa entrevista à RTL, citada pela Reuters. O ministro holandês reconheceu que as suas declarações na videoconferência do Conselho Europeu, bem como as do primeiro-ministro Mark Rutte, foram mal recebidas.
  

Hoekstra afirmou, numa videoconferência com homólogos dos 27, que a Comissão Europeia devia investigar países, como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a zona euro estar a crescer há sete anos consecutivos, segundo fontes europeias citadas na imprensa europeia.

 

O primeiro-ministro português, António Costa, foi um dos que mais se indignou com as palavras de Hoekstra, que classificou de "repugnantes".

 

"Esse discurso é repugnante no quadro de uma União Europeia. E a expressão é mesmo essa. Repugnante", disse António Costa na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho Europeu extraordinário da quinta-feira passada, quando questionado sobre a declaração do ministro das finanças holandês.

 

Na entrevista à RTL, Wopke Hoekstra reiterou a oposição à emissão de "coronabonds", mas admitiu que a Holanda poderá contribuir "com mais do que a sua parte" para a "atribuição de dinheiro novo" a um programa europeu para mitigar os efeitos económicos da pandemia.

 

Antes a Holanda tinha mostrado oposição ao recurso, sem condições, ao fundo de resgate do euro (Mecanismo Europeu de Estabilidade) para financiar os programas de ajuda nos países mais afetados pela pandemia.  

 

"Quanto às coronabonds, ou eurobonds, ou lá como queiram chamar, não é prudente. É uma solução para um problema que não existe agora", disse Hoekstra.

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